A Lua, o Sol e as demais estrelas atiçam a curiosidade (e imaginação) do Homem desde a época das cavernas. Quando a Lua fica entre a Terra e o Sol, então…o fenômeno astronômico tanto assustava quanto encantava. Para alguns, é assim até hoje.
Eclipses solares ainda nos entretém. Quando um ano começa, logo vem as datas de todos os previstos. E em 2023, ainda vai rolar uma raridade: o eclipse solar híbrido.
Para aprontar os ânimos dos entusiastas, o Olhar Digital lista abaixo os dez eclipses solares mais famosos no Brasil e mundo afora, em ordem cronológica.
Eclipses solares que você vai ver
Eclipse Chinês (1302 a.C)
O imperador chinês Wu Ding (1324-1266 a.C) observou, com apreensão, a Lua eclipsar o Sol por completo durante seis minutos e 25 segundos em 5 de junho de 1302 a.C. A bola de fogo era o símbolo do imperador, um dos 30 da Dinastia Shang (1600-1046 a.C). E ele interpretou o fenômeno como um alerta. Passada a escuridão vespertina, Ding devorou refeições vegetarianas e participou de rituais para “resgatar” o Sol. Era o protocolo pós-eclipse, segundo um estudo publicado no Journal of Astronomical History and Heritage em 2003.
Eclipse Ugarite (1223 a.C)
Este foi um dos primeiros eclipses solares registrados. O fenômeno escureceu o céu por dois minutos e sete segundos em 5 de março de 1223 a.C. As informações são de um relatório publicado na revista Nature, em 1989, com base na análise de uma placa de argila descoberta em 1948. Ugarite foi uma antiga e cosmopolita cidade portuária, localizada na costa do norte da Síria.
Eclipse Assírio (763 a.C)
Era 763 a.C e o império Assírio ocupava o território onde, atualmente, é o Iraque. Neste ano, a Lua eclipsou o Sol por cinco minutos. E registros da época mencionam o eclipse no mesmo trecho que cobre uma insurreição na cidade de Assur (hoje, ficaria no norte do Iraque). Essa combinação sugere que o imaginário coletivo da época relacionava os dois acontecimentos.
Crucificação de Jesus Cristo (29 ou 33 d.C)
Os evangelhos cristãos contam que o céu escureceu por horas, após a crucificação de Jesus Cristo. Baseados nesse trecho, que se encaixa com a descrição de um eclipse, historiadores usaram astronomia para apontar quando Cristo morreu. Uns defendem que a menção diz respeito a um eclipse total de dois minutos, em 29 d.C. Outros apontam um de quatro minutos, em 33 d.C.
Nascimento de Maomé (569 d.C)
Já com Maomé, aconteceu o contrário: o Alcorão conta que um eclipse precedeu o nascimento do profeta. Posteriormente, os historiadores vincularam isso a um eclipse total de três minutos e 17 segundos, em 569 d.C. Após a morte de Ibrahim, um dos filhos de Maomé, o Sol também desapareceu – desta vez, por um minuto e 40 segundos. Mas os primeiros muçulmanos não acreditavam que o eclipse fosse um sinal de Deus. Em vez disso, de acordo com textos islâmicos, Maomé proclamou que o fenômeno não ocorre pela vida ou morte de alguém.
Eclipse do rei Henrique I (1133)
Em contrapartida à proclamação de Maomé, mais de cinco séculos depois, um eclipse solar total sucedeu a morte do rei Henrique I, da Inglaterra, em 1133. E a “escuridão horrível” – que durou quatro minutos e 38 segundos – agitou os corações dos homens, conforme escreveu o historiador Guilherme de Malmesbury, no livro Historia Novella, publicado em novembro de 1998. Depois, a luta para ocupar o trono afundou o reino em caos e guerra civil, à la Game of Thrones.
Eclipse de Einstein (1919)
Para os físicos da época, os seis minutos e 51 segundos do eclipse total, em 1919, foi um triunfo da ciência. Durante os quase sete minutos, cientistas mediram a curvatura da luz das estrelas, conforme elas passaram perto do Sol. Os dados confirmaram a teoria da relatividade geral, do físico Albert Einstein (1879-1955), segundo a qual a gravidade é uma curvatura do espaço-tempo.
Eclipse solar parcial no Brasil (1980)
Era domingo, 10 de agosto de 1980. E o Brasil assistiu a Lua tapar parte do Sol, num eclipse solar parcial. Mas os moradores de uma faixa do Mato Grosso do Sul e do norte do Paraná tiveram a sorte de ver um fenômeno mais bonito: o eclipse anelar, isto é, quando o Sol forma um anel em volta da Lua.
Eclipse total no Brasil (1991)
O pôr do sol foi diferente em São Paulo no dia 11 de julho de 1991. Quando a estrela mergulhou no horizonte, às 17h35, ainda tinha boa parte coberta pela Lua. E a tarde já tinha virado noite há quase 40 minutos. Neste dia, os brasileiros acompanharam o fenômeno em horários diferentes, por conta do avanço da sombra do satélite natural sobre a superfície terrestre.
Grande Eclipse Solar Total Americano (2017)
O fenômeno ganhou o nome hiperbólico por ter sido um eclipse total visível na América do Norte (onde ficam os EUA) e nos oceanos Atlântico e Pacífico Norte. Em 21 de agosto de 2017, a sombra da Lua, com 110 quilômetros de diâmetro, engoliu estadunidenses boquiabertos.
Fontes: Brasil Escola, Live Science, Rede Omega Centauri e Superinteressante
Imagem de destaque: Martin Junius
Fonte: Olhar Digital
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