A classificação na Copa do Brasil, com direito a goleada sobre o Jacuipense, foi um alívio em um momento de turbulência nos planos do novo Bahia do Grupo City. O clube comandado por Renato Paiva sobreviveu a uma verdadeira maratona de jogos e decepções, e o técnico deixou um recado claro para os que esperavam mais do time neste início de temporada: “Não somos o Manchester City”.
Com uma equipe completamente renovada, sob novo comando e nova direção, o Bahia tem vivido um início de 2023 repleto de altos e baixos. No estadual, o Tricolor lidera, mesmo poupando com frequência seus principais jogadores. O choque de realidade, no entanto, veio contra rivais mais duros na Copa do Nordeste, com uma sequência difícil de digerir para o torcedor.
O jogo-chave para a avaliação do estágio do Bahia foi no último dia 14 de fevereiro, contra o Fortaleza. O time comandado por Juan Pablo Vojvoda, sensação das últimas temporadas, não tomou conhecimento do rival e venceu por 3 a 0. Estava evidente que havia muito ainda a ser feito até o início do Brasileirão.
A vitória sobre o Atlético de Alagoinhas, por 2 a 1, trouxe algum alento na Copa do Nordeste. Mas durou pouco. O Sport foi impiedoso na sequência, com goleada de 6 a 0, num resultado que transformou o ambiente em uma panela de pressão. Ao contrário do Fortaleza, o Leão está na Série B e a disparidade entre as partes não encontrou justificativas nem mesmo na expulsão de Ryan no início da peleja.
Para evitar nova decepção no momento mais crítico até aqui, com a estreia na Copa do Brasil, Renato Paiva enviou o time sub-20 para representar o clube no Baiano. O resultado inicial foi nova humilhação, com o Bahia goleado por 4 a 0 pelo Itabuna, a terceira derrota pesada em um intervalo de duas semanas.
Ao menos a estratégia parece ter surtido efeito. Com mudanças na equipe para aumentar a intensidade, Renato Paiva fez o que era esperado na Copa do Brasil e avançou contra a Jacuipense, agora com uma goleada a seu favor, por 4 a 1.
O momento de alívio certamente não retira a pressão sobre Renato Paiva. Mas o técnico aproveitou a vitória para reforçar o que tem defendido em seu discurso: o trabalho no Bahia está no início, o clube acabou de subir da Série B e tem de pensar sua evolução passo a passo.
“Somos o Grupo City, mas não somos o Manchester City. Não dá para contratar todos. O objetivo é fazer uma Série A consistente”, argumentou.
“A semana foi importante para corrigir algumas coisas e trabalhar no nosso jogo. Conseguimos dar uma resposta forte hoje. Era importante e foi isso que fizemos”, explicou sobre o planejamento, agradecendo ao técnico do Sub-20, Rogério, por ter dado apoio no estadual.
Renato Paiva ainda repetiu o discurso sobre o Fortaleza, embora não tenha conseguido encontrar ainda explicações para o jogo contra o Sport. Para o treinador, o importante é seguir evoluindo para se preparar para a elite.
“O Fortaleza é uma equipe que há três anos trabalha com o mesmo treinador e o mesmo elenco. É uma das equipes com melhor futebol na Série A. Eles chegaram aqui e enfrentaram uma equipe em formação, um projeto novo, com elenco novo. Disputar esses jogos contra rivais com preparação adiantada é complicado para nós. Mas a resposta está aí. Os números de hoje foram todos melhores em relação àquela partida. O Sport é uma tragédia que aconteceu. Já reconhecemos isso e ponto final”, resumiu.
Para finalizar sua argumentação e pedir paciência ao torcedor, Renato Paiva lembrou que o próprio Manchester City demorou a engrenar depois de ter começado a receber investimento milionário.
“O futuro não é daqui a dois meses. Eu lanço um desafio, quando se comprou o Manchester City sabe onde estava o Manchester City? Pois é. É isso. E olhe onde está agora. Se as pessoas não querem esperar, paciência”, finalizou.
Fonte: Ogol
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