A União Europeia anunciou que vai colocar em órbita a sua própria constelação de satélites para fins de comunicação. O sistema deve seguir os moldes da Starlink, a rede de satélites da SpaceX que fornece internet rápida para praticamente qualquer parte do mundo.
O nome do sistema é Infraestrutura para Resiliência, Interconexão e Segurança por Satélites (IRISS) e foi votado em 14 de fevereiro pelo Parlamento Europeu. Foram mais de 600 votantes, e a medida foi aprovada quase que por unanimidade.
A decisão de ter sua própria constelação de internet via satélite surgiu após a Starlink ter um papel importante na defesa da Ucrânia durante a guerra contra a Rússia. O Parlamento Europeu encarou a proposta como forma de suprir a necessidade europeia de uma comunicação segura e soberana.
A agressão militar russa contra a Ucrânia demonstrou como os serviços de comunicação seguros e soberanos baseados no espaço são cruciais em caso de conflito
Thierry Breton, Comissário Europeu para o Mercado Interno, em comunicado
A constelação de satélites da União Europeia
A IRISS vai contar com cerca de 170 satélites em órbita baixa da Terra entre 2025 e 2027. Além disso a rede vai ser de conectividade multiorbital, contando também com satélites em órbitas médias e geoestacionárias.
Em breve, a IRISS se juntará às suas contrapartes Galileo e Copernicus e as complementará [sic] fornecendo serviços de comunicação perfeitos, seguros, resilientes e econômicos, com serviços iniciais até 2024 e capacidade operacional total até 2027
Direção-Geral da Indústria de Defesa e Espaço (DEFIS) da Comissão Europeia
A rede de satélites será usada principalmente para comunicação de questões governamentais e administrativas, como aplicações de defesa da União Europeia. Além disso, ela também vai fornecer internet para toda Europa e África, até mesmo em áreas sem conectividade.
A constelação também vai alavancar a indústria espacial do continente e as startups, e ajudará a Europa a desenvolver suas capacidades, como satélites de criptografia quântica e tecnologias disruptivas. Segundo Thierry Breton, a proposta vai aumentar “a autonomia estratégica, soberania digital e competitividade da União Europeia”.
Representa uma virada de jogo para os cidadãos da UE, graças ao desenvolvimento da banda larga de alta velocidade, eliminando as zonas mortas de comunicação e fortalecendo a política de coesão da UE.
Thierry Breton
Somente o Parlamento Europeu já destinou cerca de 2,4 bilhões de dólares para o desenvolvimento da constelação de satélites. A Agência Espacial Europeia (ESA) e o setor privado também vão investir na proposta.
Fonte: Olhar Digital
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