Um agente da Defesa Civil teria confundido uma píton com uma jiboia e soltado a serpente exótica no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Segundo o biólogo Henrique, que postou o vídeo da soltura no seu canal do YouTube com quase 800 mil seguidores, a ação pode ter ocorrido nesta sexta-feira, 3.

Em entrevista ao Olhar Digital, Henrique identificou que a serpente registrada em vídeo é uma píton-real, também conhecida popularmente como píton ball ou píton bola. Para ele, a reintrodução equivocada do animal na natureza denuncia um problema maior: a falta de biólogos dentro de órgãos como a Defesa Civil e Bombeiros.

Isso demonstra que não existe um profissional devidamente habilitado dentro da Defesa Civil para fazer a identificação. Isso é muito comum nos órgãos, não tem um biólogo ali.

Henrique

Esta não seria a primeira vez que uma píton é solta no Brasil por engano. Em abril de 2022, policiais militares também confundiram a serpente exótica com a jiboia e soltaram um exemplar na mata do Distrito Federal, conforme matéria do G1.

Na ocasião, o biólogo Marco Freitas ressaltou que apesar de a píton não ser venenosa, ela representa um perigo para cães e crianças. Além disso, existe risco da espécie se adaptar ao bioma brasileiro e se tornar mais uma praga invasora no país.

Vale lembrar que existem diversas espécies de píton e, embora elas possam ser criadas em cativeiro no Brasil, elas são naturais da Ásia e África.

Conforme o site do ICMBio, introduzir animais exóticos na natureza configura crime ambiental.

Espécies exóticas e invasoras são potencialmente perigosas para unidades de conservação em diversos aspectos. Primeiramente, porque nelas vivem diversas espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção. As espécies exóticas e invasoras podem competir com as nativas por espaço e alimentação, de maneira desleal, pois é uma característica destas serem bem sucedidas na reprodução; além da transmissão de doenças; hibridização com as espécies nativas e muitos outros danos.

ICMBio

Até o momento de publicação desta matéria, não tivemos retorno da Defesa Civil e do Parque Nacional da Tijuca sobre o acontecimento. Porém, vamos atualizar o conteúdo com os desdobramentos da apuração.

Com informações Brasil Escola.