Cinco meses após receber o primeiro lote de vacinas contra varíola dos macacos, o Brasil começará a vacinação no dia 13, mas para grupos específicos.
A vacina detinha aprovação da Anvisa para uso em pesquisas desde o governo Bolsonaro e, desde o último dia 26, obteve aval para ter sua aplicação ampliada.
Ethel Maciel, secretária de vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, afirmou que a atual estratégia de vacinação visa proteger os grupos de mais risco de evoluir para os modos mais graves da doença.
Tínhamos poucas doses, pois só há um fabricante no mundo, mas conseguimos direcionar para quem se beneficiará mais da vacina, tudo definido com a CTAI [Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização]. No Brasil, houve diminuição expressiva da transmissão e o cenário epidemiológico felizmente é de decréscimo.
Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde
Para quem não teve contato com o vírus, o grupo especial que receberá a vacina primeiro são homens, travestis e mulheres transexuais que possuem HIV, que possuam 18 anos ou mais e “status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses”.
Outro grupo que receberá o imunizante são profissionais de laboratório que convivem diretamente com o vírus, tendo entre 18 e 49 anos. Estão aptos a receber a vacina quem teve contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para a varíola dos macacos, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS.
Dessa forma, a pessoa deve ter entre 18 e 49 anos e comparecer para tomar o imunizante entre quatro e 14 dias após contato com o vírus. Nesse período mais longo de tempo, a previsão é que a efetividade da vacina para prevenção da infecção seja reduzida.
Isso ocorrerá somente em cidades em que há municípios com dez ou mais casos confirmados de varíola dos macacos nas últimas 12 semanas. Fazem parte dessa lista cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amazonas, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais.
Inicialmente, o Ministério da Saúde encaminhará aos estados quantidade suficiente para vacinar 50% da população-alvo da vacinação de pré-exposição. O envio de mais doses dependerá do andamento da vacinação e da demanda local.
A vacina tem indicação de duas doses para completar o esquema vacinal. Na vacinação pré-exposição, a recomendação é intervalo de 30 dias com qualquer vacina administrada anteriormente.
Com informações de Gazetaweb
Imagem destacada: Flabygasted/Shutterstock
Fonte: Olhar Digital
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