Há um provérbio que diz que “depois da tempestade vem a bonança”. Parece improvável, mas o Borussia Dortmund tenta comprová-lo nesta temporada, iniciada em meio ao caos com a perda do artilheiro Haaland e do grave problema de saúde de Haller, ambos mais do que superados, basta ver a sequência atual de 10 vitórias e a vantagem na Liga dos Campeões. Azar do Chelsea, que desafia esta história.
Nenhum clube ainda vivo na Champions tem uma série tão positiva quanto a dos aurinegros. Desde o dia 22 de janeiro, o Dortmund só sabe o que é vencer, e assim construiu a vantagem no jogo de ida contra os Blues, em vitória simples no Signal Iduna Park, por 1 a 0, mas não só. O clube também avançou na Copa da Alemanha e, especialmente, vem desafiando o Bayern na Bundesliga, onde hoje dividem a liderança.
Toda essa boa fase do Borussia Dortmund não parecia estar prevista para o roteiro desta temporada. No mercado de transferências, o time perdeu três peças-chave: o goleador Haaland e o xerife Akanji foram para o Manchester City, enquanto o cão de guardas Witsel foi para o Atlético de Madrid.
Sem poder competitivo no mercado, os alemães apostaram, como usual, em jovens, a exemplo de Karim Adeyemi e Nico Schlotterbeck. A grande contratação, tida como reposição para um “insubstituível” Haaland, porém, foi Sébastien Haller. O marfinense chegou de um ano mágico no Ajax, mas antes mesmo de estrear foi surpreendido por um episódio de câncer, hoje tratado e superado pelo jogador, que estreou justamente naquele dia 22 de janeiro e, por enquanto, só sabe o que é vencer com a camisa preta e amarela.
Apesar de ser a coincidência perfeita do início da grande fase do clube em 2022/23, a recuperação de Haller não é a explicação para o que faz o Dortmund na temporada. A ausência de uma máquina de gols tornou o time muito mais solidário e preciso. Nenhum jogador beira números estratosféricos como os de Haaland, mas o conjunto funciona na base do cálculo mais básico do futebol: fazer mais gols do que leva.
O Dortmund não tem o melhor ataque e nem a melhor defesa de nenhuma das competições que disputa. Até aparece bem cotado nesses quesitos na Bundesliga, mas a grande questão é que número nenhum reflete o equilíbrio que Terzic conseguiu dar ao seu time, que transita muito bem do 4-3-3 para o 4-5-1. O pilar dentro disso é sempre o mesmo: Bellingham, como responsável pela transição do meio de campo ao ataque, surpreendentemente despontando como o artilheiro do time na temporada, com 10 gols.
Em má fase, o Chelsea terá que desafiar essa bonita história do Dortmund nesta temporada. Os Blues vivem sua segunda pior campanha na Premier League, melhor apenas que um fracassado 2015/16. Enquanto o Dortmund vem de 10 vitórias seguidas, o Chelsea tem duas no mesmo intervalo. Aliás, recentemente se tornou piada por ter marcado um mísero gol durante todo mês de fevereiro – nos últimos 45 dias foram só três bolas na rede.
Assim, nem é preciso dizer o tamanho do problema para Graham Potter e seus comandados. Os londrinos precisam se superar para salvar o que se resta da temporada, porque das copas nacionais já foram eliminados e, fora a Champions, na melhor das hipóteses, se classificam para alguma das competições da Uefa pelo Campeonato Inglês.
Fonte: Ogol
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