A temporada 2022/23 tem sido de acúmulo de traumas para Antonio Conte. Recuperado de uma cirurgia que o tirou de combate por mais tempo que esperava, o técnico está de volta ao banco do Tottenham para um duro duelo contra o Milan, de Stefano Pioli. Para os dois, o grande palco da Europa é o que resta de sonho de títulos neste ano.
No jogo de ida, o Milan levou a melhor, com vitória por 1 a 0 no San Siro. Nesta quarta-feira o duelo será em Londres, e o Spurs deve se inspirar no rival Chelsea, que conseguiu a reação em casa nesta terça-feira depois de derrota pelo mesmo placar de 1 a 0 para o Borussia Dortmund na Alemanha.
O retorno de Conte é certamente o principal assunto do dia em Londres. Depois de cirurgia de emergência no dia 1º de fevereiro para a retirada da vesícula, o técnico voltou rapidamente ao trabalho e chegou a comandar a equipe no primeiro confronto com o Milan, no dia 14. Um retorno que acabou por se provar precipitado. Conte não retornou da Itália, ficou afastado do trabalho e junto à família, tendo de lidar com uma recuperação muito mais dura do que a que o próprio imaginava.
“Com certeza eu subestimei a recuperação pós-cirurgia. Por meu senso de responsabilidade, eu queria voltar antes, mas eu avaliei mal e talvez tenha sobrestimado meu corpo e eu mesmo. Mas agora estou bem. Recuperei a energia. Eu ainda tenho de ganhar peso, mas de resto estou bem”, garantiu desta vez.
A temporada tem sido especialmente traumática para Conte, e não pelo que acontece em campo. O time está no G4 da Premier League e luta mais uma vez pela classificação para a Liga dos Campeões, meta para mais uma temporada apesar dos muitos altos e baixos. Avesso a sentimentalismos e conhecido por seu foco no trabalho, o técnico tem tido de lidar com problemas pessoais, como a perda de três amigos do futebol: Ventrone em outubro, Mihajlovic em dezembro e Gianluca Vialli em janeiro.
“Perder num período tão curto três pessoas tão próximas não é simples. Quando situações como essa acontecem, surgem reflexões importantes”, chegou a confessar em janeiro, antes de passar pela cirurgia que o tirou de combate por boa parte do último mês.
Quem vencer entre Milan e Tottenham vai chegar ao grupo dos oito melhores da Liga dos Campeões. Pensar em ir muito além já é mais improvável, mas o sonho da Champions é o único vivo no momento para a dupla, coadjuvante nas disputas caseiras e eliminados nas copas locais.
Para o Milan, os tempos em que o clube era uma potência europeia ficam cada vez mais distantes. A última participação nas quartas de final foi em 2011/12. Desde então tem sido mais comum ver o time rubro-negro fora da competição do que classificado para ela. Hoje é o quinto colocado na Itália e briga para assegurar a presença no torneio europeu em 2023/24.
O caso do Tottenham é diferente. O clube nunca foi campeão, mas teve cinco de suas sete participações nos últimos seis anos, e com direito a um vice-campeonato em 2018/19. O Spurs é o quarto colocado na Inglaterra.
Fonte: Ogol
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