A Federação Francesa de Futebol anunciou nesta quinta-feira que a treinadora da seleção principal feminina, Corinne Diacre, está demitida do cargo. A decisão foi tomada após um comitê montado pela própria Federação investigar a situação desgastada entre a agora ex-comandante e as jogadoras.
“As inúmeras audiências realizadas permitiram constatar uma divisão muito significativa com as principais jogadoras e evidenciaram uma discrepância com as exigências do altíssimo nível. Esta fratura chegou a um ponto sem volta que prejudica os interesses da seleção”, afirma em parte do comunicado. “As disfunções observadas parecem, neste contexto, irreversíveis”, ainda cita.
As críticas, por parte das jogadoras, envolvem a criação e perpetuação de uma cultura de abusos morais por parte de Corinne. Além disso, também há críticas aos métodos de treinamento e critérios na convocação para grandes torneios. Por vezes, Corinne criticava publicamente suas atletas, o que causava grande desconforto no grupo.
Há quase duas semanas, a capitã Wendie Renard anunciou aposentadoria da seleção alegando que era o melhor para sua saúde mental e que não poderia mais endossar o “atual sistema”. O anúncio da capitã foi seguido por outras duas jogadoras: as atacantes do PSG Kadidiatou Diani, de 27 anos e Marie-Antoinette Katoto, de 24 anos. As duas deixaram em aberto a possibilidade de voltarem a defender a seleção caso mudanças fossem feitas.
E não foram os primeiros casos de embates. A goleira Sarah Bouhaddi anunciou que deixaria de defender a seleção francesa enquanto Diacre fosse a técnica, em 2020. Amandine Henry e Engénie Le Sommer também ficaram de fora de convocações (e da última Eurocopa) após divergências com a treinadora.
Corinne divulgou um comunicado nessa quarta em que dava sinais de querer continuar no cargo, além de apontar ter sido alvo de uma campanha desonesta. “Suportei, não sem grande sofrimento, a exibição de calúnias, inverdades e ambições de alguns e outros… Fui alvo de uma campanha de difamação que é surpreendente em sua violência e desonestidade”, disse.
Apesar da decisão apoiar as jogadoras, a Federação também alertou que a forma usada por elas para expressar críticas não será aceita no futuro.
No mesmo comunicado, a Federação afirmou que o mesmo comitê que avaliou as denúncias está em busca de um novo nome para o cargo “o mais rapidamente possível”, de acordo com pedido de Phillippe Diallo, presidente interino.
“Esta mudança de treinador insere-se numa nova ambição global liderada pela FFF em prol do desenvolvimento do futebol feminino e do desempenho da seleção francesa, que terá de atingir objetivos elevados durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2024”, diz o comunicado.
A França tem estreia marcada contra a Jamaica, no dia 23 de julho. Está no Grupo F – o mesmo de Brasil e Panamá. Na última Copa do Mundo, que aconteceu na França e sob o comando de Corinne Diacre, ficou nas quartas de final, em jogo disputado em Paris. A capital francesa será sede também dos próximos Jogos Olímpicos, no ano que vem.
Fonte: Ogol
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