Um recente estudo revelou que o caso dos Bryozoans encontrados em 2021, fósseis invertebrados pré-históricos, podem não ter origem animal, mas vir de uma fonte diferente: algas marinhas.
As descobertas tornam esses fósseis mais adequados para as algas verdes, em um grupo conhecido como Dasycladales. O estudo ainda destacou que essas algas possivelmente desempenharam um papel mais significativo do que se pensava no rápido aumento da biodiversidade que aconteceu após a explosão cambriana, quando a vida na Terra realmente começou a se acelerar.
“Se os briozoários realmente evoluíram após o período Cambriano, isso mostra que a evolução manteve seu toque criativo após este período crítico de inovação — talvez a trajetória da vida não seja gravada em pedra há meio bilhão de anos”, disse o paleontólogo Martin Smith, da Durham University, no Reino Unido.
De acordo com o Science Alert, que divulgou o estudo, até o momento, eles são os únicos animais fossilizados que não existiam durante o período.
“Nós tendemos a pensar na explosão cambriana como um período único na história evolutiva, no qual todos os projetos da vida animal foram mapeados. [mas] a maior parte da evolução subsequente se resume a ajustes em menor escala nesses planos corporais originais.”
Novo estudo refuta alguns detalhes da pesquisa anterior
No primeiro estudo, análises apontaram para briozoários com tentáculos, mas agora flanges simples parecidos com folhas foram encontrados. “Percebemos que não estávamos olhando para animais fósseis, mas algas marinhas.”
Isso também muda a idade dos briozoários descobertos, o que o cálculo apontava antes para 500 milhões de anos atrás — colocando os organismos na Era Cambriana — agora passa a ter 40 milhões de anos, sendo parte do período Ordoviciano. Assim, especialistas explicaram que a pergunta “do século” continua sem resposta concreta: por que essa classe de criatura é a única a não aparecer em uma das mais repentinas explosões de vida na história dos organismos?
“Um número crescente de fósseis cambrianos exibe características que podem ser reconciliadas com uma afinidade briozoária — mas com base no material atualmente disponível, nenhum táxon pode ser interpretado com certeza suficiente para documentar uma origem pré-ordoviciana de briozoários”, concluíram os pesquisadores.
Ambos os estudos foram publicados na revista científica Nature.
Fonte: Olhar Digital
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