A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora equivalenta à Anvisa no Brasil, aprovou nos EUA o spray nasal da Pfizer para enxaqueca. Chamada de zavegepant, a droga teve resultados promissores nos testes, conseguindo aliviar as dores de cabeça após 15 minutos da aplicação e mantendo o efeito por até 48 horas.
“A aprovação marca um avanço significativo para pessoas com enxaqueca que precisam se livrar da dor e preferem opções alternativas aos medicamentos orais”, disse Angela Hwang, diretora comercial e presidente de negócios biofarmacêuticos globais da Pfizer.
De acordo com o estudo, também divulgado pelo O Globo, dentre alguns efeitos colaterais mais comuns foram observados: alteração do paladar, desconforto nasal e náusea. Contudo, apenas 2% dos participantes apresentaram as condições.
O spray é contraindicado para pessoas com histórico de hipersensibilidade ao zavegepant ou a qualquer um de seus componentes.
Como o spray funciona?
A enxaqueca é uma condição neurológica, genética e crônica que causa dor pulsante ou latejante de forma moderada a grave em um ou nos dois lados da cabeça.
De acordo com o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame, ela é causada pela ativação de fibras nervosas na parede dos vasos sanguíneos cerebrais — a estimulação das fibras libera substâncias que causam inflamação dolorosa dos vasos sanguíneos do cérebro, provocando a cefaleia aguda.
Uma das substâncias responsáveis por ativar a enxaqueca é a CGRP (Peptídeo Relacionado ao Gene da Calcitonina). O Zavzpret funciona bloqueando exatamente os sinais do CGRP, segundo a Pfizer. Embora ela não seja o único mensageiro químico envolvido no processo, é considerada uma dos principais, já que atua na modulação da dor e inflamação.
Por que é um avanço no tratamento da enxaqueca?
Dentre os gatilhos para a enxaqueca estão: falta de sono, mudanças no clima, fome, excesso de estimulação dos sentidos (visão, por exemplo), estresse, determinados alimentos ou outros fatores. Geralmente, ela ainda é agravada pela atividade física, luz, sons ou odores e acompanhada por náuseas, vômitos e sensibilidade a sons e luz — ou seja, fatores comuns do dia a dia.
A aprovação do medicamento era esperada com ansiedade porque poderá tratar as pessoas que sofrem com as dores e, principalmente, os pacientes que consequentemente também possuem gastroparesia — é quando o intestino (considerado por médicos um segundo cérebro) não absorve pílulas de forma eficaz. Ou seja, para esses pacientes os tratamentos convencionais podem não atuar na dor, sendo o spray a melhor opção.
A enxaqueca é a sexta doença que mais incapacita no mundo. No Brasil, cerca de 30 milhões de pessoas sofre com a condição. As mulheres são as mais afetadas. Ainda não há previsão para o medicamento chegar ao Brasil.
Com informações do O Globo
Fonte: Olhar Digital
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