O tempo chuvoso tem trazido tormento para as “Irmãs Clarissas” que moram no Mosteiro Santa Maria dos Anjos, localizado no final do bairro Parque Alvorada, em Dourados. Além da enxurrada que entra no local e alaga tudo, rede de esgoto que tem dentro do terreno da propriedade privada vaza, causando forte mau cheiro devido aos dejetos que se espalham pela casa e pela horta das irmãs.
O problema é antigo e tem se agravado devido a ligação clandestina de moradores da região de canalização de água de chuva na rede de esgoto. Com isso, a rede não suporta a vazão e despeja dejetos justamente onde há um suspiro metálico de esgoto no terreno do mosteiro.
Para tentar impedir que a enxurrada entre no local, a prefeitura construiu as chamadas “boca de dragão”, mas com o passar dos anos tornou-se insuficiente para conter a força da água. A rede de esgoto é de responsabilidade da Sanesul – empresa de água e saneamento da cidade.
Os vereadores Fábio Luis e Laudir Munaretto têm cobrado da prefeitura e da Sanesul uma posição para resolver o problema, mas segundo eles, há um jogo de empurra quanto a responsabilidades.
Fábio Luis, na Câmara, pediu respeito às vítimas do abandono (se referindo às irmãs) e cobrou do Instituto de Meio Ambiente do município uma vistoria no local, para que haja punição dos responsáveis pelo problema.
Recentemente, na Câmara, o secretário de Obras da prefeitura, Luis Gustavo Casarin, chegou a relatar aos vereadores que uma das saídas para resolver a problemática da clandestinidade de ligação de águas pluviais por parte de moradores na rede de esgoto, seria a adoção de uma técnica chamada de fumacê, que consiste na aplicação de uma fumaça não tóxica nas entradas dos poços de visitas (também conhecidos como PVs ), estruturas que dão acesso às tubulações, e que ao ser injetado, o produto percorre o caminho inverso ao do esgoto, apontando onde há ligação direta da rede pluvial à de esgoto.
Com isso, sairia fumaça dentro da casa do morador que faz a ligação clandestina, sendo possível notificá-lo e com até aplicação de multa. O serviço, no entanto, teria que ser realizado por empresa especializada e demandaria questões jurídicas, já que seria preciso entrar na casa dos moradores. A proposta do secretário, no entanto, foi apenas comentada como uma possível solução, mas ainda não é certo se o fumacê poderá ser realizado pela prefeitura.
Enquanto não se discute quem seria o responsável por resolver o problema, as irmãs Clarissas continuam apreensivas, já que o tempo chuvoso continua nos próximos dias.
Fonte: Dourados Agora




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