Após meses de adiamento, o lançamento do foguete sul-coreano, HANBIT-TLV, ocorreu no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) neste domingo (19). O veículo levou a bordo carga útil desenvolvida 100% no Brasil em um voo curto de 4 minutos e 33 segundos, marcando um novo passo importante no programa espacial brasileiro.
O lançamento da Innospace, empresa sul-coreana responsável pelo foguete, estava programado originalmente para o fim de dezembro do ano passado, mas foi adiado devido a problemas no motor e na sincronização do sistema.
“O sucesso deste lançamento binacional, envolvendo o Brasil e a Coreia do Sul, ratifica que o Centro está totalmente apto, tanto do ponto de vista técnico-operacional, quanto do ponto de vista administrativo, para realizar lançamentos de foguetes nacionais e estrangeiros em praticamente quaisquer épocas do ano, com precisão e segurança. Afinal, o Centro conta com equipes especializadas e altamente qualificadas, bem como infraestruturas e sistemas de preparação, lançamento e rastreio plenamente operacionais”, disse o Chefe do Subdepartamento Técnico do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Brigadeiro Engenheiro Luciano Valentim Rechiuti.
Estamos extremamente felizes com o resultado, pois ele reflete o trabalho de muitos profissionais envolvidos e diversos desafios superados ao longo do processo
Diretor do CLA, Coronel Engenheiro Fernando Benitez Leal
Sobre o lançamento do foguete
Esse foi o primeiro voo de teste suborbital para validar o motor de primeiro estágio do HANBIT-Nano, um pequeno lançador de satélites da empresa capaz de transportar uma carga útil de até 50kg para uma órbita polar (que cruza os polos do planeta), a aproximadamente 500 km de altitude.
De acordo com o site SpaceNews, a Innospace assinou um acordo com o Departamento Brasileiro de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) para lançar o Sistema de Navegação Inercial (SISNAV), projeto que tem o apoio da AEB e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), sob a supervisão da Força Aérea Brasileira.
A carga é um dispositivo de navegação que usa um computador e sensores de movimento e de rotação para calcular continuamente a posição, a orientação e a velocidade de um objeto em movimento, sem a necessidade de referências externas.
Futuros lançamentos do Brasil
Em 2021, o governo federal e a Força Aérea Brasileira (FAB) divulgaram que quatro empresas estrangeiras foram selecionadas para operar em Alcântara. Dessas, apenas uma já firmou acordo, além da Innospace: a canadense C6 Launch Systems, que deve começar a operar ainda este ano.
A Virgin Orbit, do bilionário Richard Branson, está ainda em fase de negociações, bem como a Orion Applied Science & Technology (Orion AST), dos EUA, que pretende fazer uso do nosso espaçoporto a partir de outubro do ano que vem.
Fonte: Olhar Digital
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