No último sábado (18), os céus dos estados norte-americanos da Califórnia e de Oregon foram “rasgados” por luzes misteriosas parecidas com cometas. O evento logo repercutiu nas redes sociais, levantando diversas teorias – inclusive, é claro, a possibilidade de ser uma “invasão alienígena”.

Será? Vamos entender:

Nada de OVNIs: astrofísico explica origem dos rastros luminosos

Segundo o astrofísico Jonathan McDowell, da Universidade de Harvard, as luzes nada mais eram do que lixo espacial.

Quaisquer objetos (seja um pedaço de asteroide ou mesmo restos de espaçonaves) que “caem” na Terra “pegam fogo” quando rompem a atmosfera do planeta.

No Twitter, McDowell explicou que as luzes vistas pelos norte-americanos no fim de semana têm relação com uma parte de um satélite de comunicação japonês chamado “ICS-EF”, que foi lançado em 2009 e pesava cerca de 310 kg. 

“Ele foi, provavelmente, quase completamente queimado durante a reentrada, mas qualquer pequena parte sobrevivente deve ter chegado, suponho, à área do [Parque Nacional de] Yosemite [na Califórnia]”, postou o pesquisador.

Luzes vistas sobre o Havaí despertaram curiosidade em janeiro

Não é a primeira vez que luzes misteriosas no céu impressionam os EUA. Uma série de lasers verdes semelhantes ao código Matrix foram vistos no Havaí em janeiro, levantando suspeitas de ataque alienígena.

No vídeo abaixo é possível ver a cena, que foi capturada pela câmera do Subaru, um telescópio que fica no topo do pico mais alto do arquipélago norte-americano.

A princípio, o Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ), proprietário do telescópio que flagrou o evento, atribuiu os lasers ao satélite ICESat-2, da NASA. Dias depois, o NAOJ desconsiderou essa possibilidade.

Isso não significa que alguma das teorias envolvendo alienígenas estivesse certa. Na verdade, realmente os lasers vieram de um satélite em órbita, mas que não é da agência espacial norte-americana.

“De acordo com o Anthony J. Martino, cientista da NASA que trabalha no ICESat-2 ATLAS, não é por seu instrumento, mas por outros”, explica uma nota no vídeo do YouTube.

Pesquisadores liderados por Martino fizeram uma simulação da trajetória de satélites que têm um instrumento semelhante e identificaram como responsável mais provável pelo feito o instrumento ACDL do satélite chinês Daqi-1 / AEMS.

“Nós realmente apreciamos seus esforços na identificação da luz. Lamentamos nossa confusão relacionada a este evento e seu impacto potencial na equipe do ICESat-2”, diz a equipe.

O satélite Daqi-1 foi lançado pela China em abril do ano passado e, semelhante ao ICESat-2, é uma espaçonave de monitoramento do ambiente atmosférico.

Esse equipamento conta com cinco instrumentos para ajudá-lo nessa missão, incluindo ACDL, sigla em inglês para Lidar de Detecção de Aerossol e Dióxido de Carbono.

Lidar é a abreviação de “Detecção de Luz e Alcance”, e funciona um pouco como um sonar. Mas, em vez de enviar ondas sonoras para mapear uma área, ele envia feixes de laser. Acredita-se que foram esses lasers que iluminaram o céu sobre o Havaí no fim do mês passado.

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