Um enorme bloco de gelo do tamanho da cidade de São Paulo, com cerca de 1550 km², se desprendeu da Antártida. O iceberg gigante estava na plataforma de gelo Brunt até se soltar em janeiro deste ano.
O bloco, aliás, já se moveu bastante desde então e está a cerca de 150 km de distância de seu ponto original. A expectativa é que ele continue seguindo seu curso nas correntes oceânicas.
O iceberg se soltou quando uma grande rachadura no gelo, chamada Chasm-1, se estendeu por toda a plataforma de gelo.
A plataforma de gelo Brunt é uma das plataformas de gelo mais monitoradas do planeta e abriga a Estação de Pesquisa BAS Halley. O monitoramento pelos glaciologistas da BAS mostra que a área da estação de pesquisa atualmente permanece praticamente inalterada pelo evento de desprendimento.
“Este foi um rompimento que sabíamos que estava por vir. A BAS monitora a plataforma de gelo Brunt e os abismos formados por ela há mais de uma década. Desde que os glaciologistas observaram pela primeira vez o alargamento do Chasm-1 em 2012, as equipes científicas e de operações da BAS têm antecipado o evento de desprendimento”
Glaciologista Dr. Oliver Marsh
Iceberg gigante se rompeu
Depois de romper a plataforma de gelo, o iceberg girou e está indo para o sul. Espera-se que o A81 siga os passos dos icebergs anteriores varridos pela forte Corrente Costeira Antártica para o oeste.
“Um iceberg deste tamanho terá um grande impacto nos ecossistemas oceânicos que sustentam a rica diversidade da fauna marinha encontrada nesta região antártica. Esses impactos podem ser tanto positivos quanto negativos. Do lado positivo, à medida que o iceberg derrete, ele libera muitos nutrientes que podem beneficiar o crescimento de plantas microscópicas, como o fitoplâncton na base das cadeias alimentares oceânicas”, disse o professor Geraint Tarling, chefe da equipe de Ecossistemas da BAS.
“O lado negativo é que esse mesmo derretimento, em tão grande escala, despeja muita água doce no oceano, o que diminui os níveis de salinidade e torna as águas impróprias para muitos fitoplânctons e zooplânctons que deles se alimentam. Esses efeitos poderiam então se espalhar pela cadeia alimentar para peixes, pássaros, focas e baleias”, completou ainda.
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Fonte: Olhar Digital
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