Análises dos laboratórios do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), feitas durante o ano passado, atestam que 74,5% das amostras de águas dos rios de Mato Grosso do Sul foram consideradas boas e 13,2% ótimas. O Imasul, órgão ambiental do Estado vinculado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), mantém desde 1994 o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e a Rede Básica de Monitoramento da Qualidade das Águas, mecanismos que permitem acompanhar a situação dos rios e subsidiar políticas públicas e a gestão eficiente dos recursos hídricos no Estado.
O gerente de Recursos Hídricos do Imasul, Leonardo Sampaio, explica que o monitoramento da qualidade da água com ênfase em seus múltiplos usos é uma atividade indispensável, tendo em vista a importância biológica, econômica e social da água, que por isso mesmo requer sua preservação e conservação. “Essa importância se traduz na capacidade técnica do órgão em fornecer informações que permitam o controle da degradação da qualidade das águas, como também para subsidiar a investigação tanto dos processos naturais e consequências das ações humanas no meio ambiente.”
O Programa de Monitoramento foi implantado pelo órgão ambiental em 1994 e, desde então, a Rede Básica de Monitoramento vem sendo ampliada de forma gradual, no início eram 24 estações de monitoramento e hoje somam 194, todas georreferenciadas e distribuídas de forma estratégica em 76 principais rios do Estado. Na Bacia do Rio Paraguai estão 85 estações e na Bacia do Rio Paraná, outras 109.
Nessas estações de monitoramento são analisados, em média, 40 parâmetros físicos, químicos e biológicos (qualitativos), de vazão e medição (quantitativos) que permitem traçar o perfil da qualidade das águas superficiais. Os dados constam no Relatório de Gestão dos Recursos Hídricos 2022 e resultam na qualificação das águas superficiais em cinco níveis: ótima, boa, aceitável, ruim ou péssima. As análises buscam detectar a presença de metais pesados (chumbo, cobre, cromo, mercúrio, manganês), quantidade de oxigênio dissolvido, nitrogênio, temperatura, turbidez, Ph, entre outros dados.
Durante o ano de 2022 foram analisadas 675 amostras, sendo que 89 alcançaram nível ótimo de qualidade (13,2%), 503 foram consideradas boas (74,5%), 40 se enquadraram no nível aceitável (5,9%), 31 no nível ruim (4,6%) e 12 péssimas (1,8%). “Esses números indicam que, de maneira geral, as águas superficiais no Mato Grosso do Sul permaneceram durante a maior parte do tempo nas qualidades ótima e boa”, disse o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.
O diretor-presidente do Imasul, André Borges, lembra que, desde 2013, Mato Grosso do Sul mantém termos de cooperação com a Agência Nacional de Águas para custear o Programa Nacional da Qualidade da Água (Qualiágua), o Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas (Progestão), o Programa Nacional de Fortalecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas (Procomitê), que visam fortalecer a gestão das águas em todo território nacional.
“Todos os anos apresentamos relatórios das ações desenvolvidas em cada programa e recebemos aprovação da ANA, que renova os convênios e dessa forma, o Imasul mantém e aperfeiçoa os mecanismos de monitoramento e gestão dos recursos hídricos”, pontuou.
Entre as atividades ajustadas nos acordos com a ANA, em 2022 foram realizadas 88 cursos de capacitação totalizando 476 participações nos eventos promovidos pelo órgão ambiental e por parceiros, nas modalidades EaD, presencial e semipresencial, para servidores do próprio instituto ou voltados ao público externo.
João Prestes, Imasul
Foto do Rio Miranda: Saul Schramm
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