Roteiristas de Hollywood poderiam usar o ChatGPT para auxiliar na escrita das histórias. Mas com uma condição: uso da ferramenta não aferia os créditos dos escritores. Essa é a proposta defendida pelo sindicato da categoria, segundo três fontes ouvidas pela Variety.
Essa espécie de movimento acontece em meio a apreensão entre profissionais da categoria. Com a chegada do chatbot da OpenAI ao mercado, junto à popularização de ferramentas desse tipo, começou a rolar aquele clássico temor da IA (inteligência artificial) “roubar” empregos dos humanos.
Onde o ChatGPT entraria na jogada
Na prática, o sindicato propõe que roteiristas usem o ChatGPT para ajudar a escrever seus textos sem compartilhar o crédito pela escrita. Ou seja, o chatbot da OpenAI seria apenas uma ferramenta.
Outra possibilidade coberta pela proposta: um estúdio poderia entregar ao profissional um roteiro gerado por IA para que ele reescreva ou faça melhorias. Nesse caso, o escritor ainda seria creditado como autor principal da obra.
Além disso, a proposta não abrange o cenário em que um programa de IA escreva um roteiro inteiramente por conta própria, sem a ajuda de uma pessoa.
Em discussão
A proposta do sindicato foi discutida na primeira sessão de negociação com a AMPTP (sigla em inglês para “Aliança de Produtores de Cinema e Televisão”, em tradução livre), realizada na segunda-feira (20). Mas ainda não está claro se a Aliança, que representa os estúdios de Hollywood, vai topar.
O sindicato defende que o material gerado por IA não seja considerado “material literário” ou “material de origem”. Esses termos são fundamentais para atribuir créditos de escrita.
“Material literário”, pelos termos do sindicato, é o que um escritor produz (histórias, tratamentos, roteiros, diálogos, esquetes etc). Se um programa de IA não pode produzir “material literário”, não pode ser considerado escritor num projeto.
Já “material de origem” refere-se a romances, peças de teatro e artigos de revistas, nos quais um roteiro pode ser baseado. Se um roteiro for baseado em material de origem, não será considerado um “roteiro original”. O escritor também pode receber apenas um crédito de “roteiro de”, em vez de um crédito de “escrito por”.
Com informações da Variety
Imagem de destaque: Pedro Spadoni / Olhar Digital
Fonte: Olhar Digital
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