Após alguns adiamentos, a Relativity Space finalmente conseguiu lançar o Terran 1, o primeiro foguete impresso em 3D no mundo na noite da última quarta-feira (7). No entanto, apesar do lançamento bem-sucedido, o modelo não conseguiu atingir a órbita da Terra.

Apesar disso, a startup tem motivos para comemorar, já que dificilmente o primeiro lançamento de uma empresa consegue atingir níveis consideráveis de sucesso. E no caso do Terran 1, ele teve um bom desempenho durante a primeira parte do voo e, inclusive, seus dois estágios se separaram com sucesso.

Os problemas começaram com cerca de três minutos de voo, quando o foguete não conseguiu atingir a órbita. A transmissão do lançamento, ainda assim, considerou o feito histórico, já que um modelo desse tipo nunca havia sido lançado.

“Ninguém jamais tentou lançar um foguete impresso em 3D em órbita e, embora não tenhamos feito todo o caminho hoje, reunimos dados suficientes para mostrar que voar foguetes impressos em 3D é viável”, disse Arwa Tizani Kelly, da Relativity Space. disse durante o webcast de lançamento da empresa na noite de quarta-feira.

“Acabamos de concluir uma etapa importante para provar ao mundo que os foguetes impressos em 3D são estruturalmente viáveis”, acrescentou ela.

Terran 1, o primeiro foguete impresso em 3D

De acordo com a empresa, o foguete cujo corpo é 85% impresso 3D, é um dos menores modelos orbitais de toda a indústria espacial. Ele foi projetado para elevar até 1.250 quilos na órbita baixa da Terra, e a empresa está cobrando US$ 12 milhões por voo. Para efeito de comparação, o Falcon 9, da SpaceX, pode colocar mais de 22.000 quilos em órbita, mas custa cerca de US$ 67 milhões por voo.

As semelhanças com o Falcon 9 estão também na reutilização. Assim como o foguete da SpaceX, o Terran 1 deve ser totalmente reutilizável. No entanto, todo esse discurso deve ser colocado à prova no teste de hoje.

Aliás, a startup optou por não realizar o teste de fogo estático, normalmente o último grande procedimento de teste antes da decolagem, onde os motores são queimados com o veículo preso ao solo. Com isso, as chances de falha durante o lançamento já eram consideráveis.

O Terran 1, se funcionar, será capaz de colocar satélites em órbita e levar outros objetos ao espaço, mas hoje estará completamente vazio. O objetivo final da empresa é chegar em Marte, com o Terran R, de 66 metros, que tem seu primeiro teste marcado para 2024.