No início deste mês, o Olhar Digital noticiou que o Telescópio Espacial Hubble fotografou uma belíssima “água-viva galáctica” na constelação de Cetus, a 40 anos-luz da Terra. Agora, o lendário observatório registrou mais uma galáxia do tipo, desta vez muito mais longe do nosso planeta: a 800 milhões de anos-luz de distância, na constelação de Pegasus.

Os fluxos de gás de formação estelar que parecem cair do disco da galáxia JW100 como respingos de tinta fresca são formados por um processo de remoção de pressão. E é sua semelhança com tentáculos pendurados que levou os astrônomos a se referirem à JW100 como uma galáxia “água-viva”. 

Capturada pelo Hubble, a galáxia JW100 se assemelha a uma água-viva. Crédito: ESA/Hubble & NASA, M. Gullieuszik and the GASP team

A remoção da pressão se dá à medida que as galáxias navegam através do gás intergaláctico, que age como um vento contrário. Assim, são expelidos gases e poeira dessas galáxias e criando as flâmulas que vemos adornando a JW100. As manchas elípticas brilhantes na imagem são outras galáxias no aglomerado que a hospeda.

No topo da imagem vemos uma área notavelmente brilhante de luz difusa. Esse é o núcleo da IC 5338, a galáxia mais brilhante do aglomerado, que é elíptica e tem um halo estendido, o que a classifica como galáxia cD. 

Esse tipo de galáxia cresce consumindo outras menores, por isso é bem comum que elas tenham múltiplos núcleos, uma vez que pode levar muito tempo para que seus núcleos sejam absorvidos. 

Para capturar essa impressionante imagem, o Hubble usou seu instrumento Wide Field Camera 3. Os dados fazem parte de uma sequência de observações projetadas para explorar a formação de estrelas nas “patinhas” de galáxias águas-vivas. Nelas, a formação de estrelas ocorre sob condições extremas.

Segundo a NASA, observações assim podem ajudar os astrônomos a entender melhor o processo de nascimento de estrelas em outras partes do universo.