A Neuralink, empresa de implantes cerebrais de Elon Musk, começou a busca por parceiros para iniciar os testes de implantes cerebrais em humanos. Segundo informações da Reuters, a companhia abordou um dos maiores centros de neurocirurgia e pesquisa do mundo, o Barrow Neurological Institute, para conseguir apoio no ensaio clínico.
Desde que teve o pedido recusado, a Neuralink trabalha para resolver as preocupações da reguladora. Contudo, ainda não há novidades ou clareza a respeito de uma decisão da FDA.
Embora a rejeição não signifique que a empresa não conseguirá obter aprovação em algum momento, ela sinaliza receios substanciais, além de dificultar pedidos posteriores e quaisquer outros passos do projeto — o que demanda mais dinheiro, tempo e pesquisa, motivos pelos quais a maioria das empresas desiste.
O Barrow Neurological tem ampla experiência em dispositivos de estimulação cerebral, sendo considerado o centro com um dos maiores programas de residência em neurocirurgia dos Estados Unidos. O instituto recebeu aprovação da FDA em 1997 para trabalhar com um dispositivo que ajuda a reduzir os tremores de Parkinson — eles foram implantados em mais de 175 mil pacientes.
A Neuralink também já conversou com outros centros do campo neurológico. Nem a empresa de Musk, nem o Barrow ou FDA responderam aos pedidos de comentário da Reuters.
Neuralink e investigações
Embora a Neuralink esteja aparentemente dando passos baseada na esperança de que a FDA ainda irá conceder um aval, o cenário não é nada positivo para a empresa, que enfrenta duas investigações federais pelos experimentos que está realizando.
Desde o início do ano passado a empresa está sob escrutínio por possíveis violações da Lei de Bem-Estar Animal — funcionários denunciaram que os testes em animais estavam sendo acelerados, causando sofrimento e mortes desnecessárias.
Ao todo, a empresa já matou cerca de 1.500 animais, incluindo mais de 280 ovelhas, porcos e macacos, após experimentos quem ocorrem desde 2018.
Além disso, há ainda um processo sobre o potencial manuseio incorreto de patógenos perigosos, com alto risco biológico. O Comitê de Médicos de Medicina Responsável (PCRM) explicou ao Departamento de Transportes dos EUA (DOT) que teve acesso a documentos que sugerem o manejo inseguro de implantes removidos dos cérebros de macacos. Esses equipamentos podem ter transmitido doenças infecciosas, violando uma lei federal norte-americana.
Entenda aqui sobre as investigações contra a Neuralink!
Fonte: Olhar Digital
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