Um artigo publicado nesta segunda-feira (27) na revista Naturetraz boas e más notícias obtidas pelas mais recentes medições do Telescópio Espacial James Webb (JWST) sobre o sistema estelar TRAPPIST-1

Segundo o estudo, um exoplaneta rochoso que orbita essa estrela provavelmente não tem atmosfera, o que destrói as esperanças de que tal mundo intrigante possa hospedar a vida.

Existem, no entanto, mais seis exoplanetas semelhantes à Terra no sistema TRAPPIST-1, e agora que o megatelescópio espacial atestou sua capacidade de estudá-los, podemos ter novidades em um futuro não muito distante.

Concepção artística retrata os sete exoplanetas rochosos dentro do sistema TRAPPIST-1, localizado a 40 anos-luz da Terra. Os astrônomos estão observando esses mundos com o JWST em um esforço para detectar a primeira atmosfera de um planeta do tamanho da Terra além do nosso sistema solar. Créditos: NASA e JPL/Caltech

Segundo o site Space.com, os astrônomos usaram o Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) do Webb para medir a temperatura do planeta TRAPPIST-1b. Dos sete planetas que compõem o sistema, este, que é cerca de 1,4 vezes maior que a Terra, é o que orbita o mais próximo da estrela-mãe.

De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), essa é a primeira detecção do James Webb de “qualquer forma de luz” emitida por um exoplaneta rochoso. Os dados revelaram que a temperatura diurna naquele planeta é de 230 graus Celsius – o que os astrônomos consideram muito alto para que ele tenha uma atmosfera.

Thomas Greene, astrofísico da Divisão de Ciência Espacial e Astrobiologia do Centro de Pesquisa Ames da NASA, que liderou as investigações, disse que esperava um resultado diferente. “Alguns grupos teóricos acreditavam que o planeta teria uma atmosfera densa, enquanto outros pensavam que não”, disse Greene. “Fiquei mais desapontado do que surpreso ao ver que nem atmosfera tem”.

O exoplaneta TRAPPIST-1b é um mundo rochoso que orbita muito perto de sua estrela-mãe no sistema TRAPPIST-1. Créditos: NASA, ESA, CSA, J. Olmsted (STScI), T. P. Greene (NASA Ames), T. Bell (BAERI), E. Ducrot (CEA), P. Lagage (CEA)

A distância entre TRAPPIST-1b e sua estrela é de apenas cerca de um centésimo da distância Sol-Terra. Isso é 40 vezes mais próximo do que a distância entre o Sol e o planeta mais interno do Sistema Solar, Mercúrio.

Embora a estrela no centro do sistema TRAPPIST-1 seja muito mais fraca do que a nossa, o planeta ainda recebe cerca de quatro vezes mais luz estelar do que a Terra recebe do Sol. Por isso, os astrônomos já não esperavam que esse planeta fosse habitável mesmo antes de descartar a presença de uma atmosfera. 

No sistema TRAPPIST-1, existem pelo menos três planetas – TRAPPIST-1e, 1f e 1g – que têm condições para a existência de água líquida em suas superfícies e, portanto, podem hospedar vida.

Segundo a NASA, essa região é um alvo extremamente popular para a pesquisa de exoplanetas, sendo o sistema planetário mais bem explorado além do nosso próprio sistema solar.

Localizada a cerca de 40 anos-luz de distância daqui, a estrela no centro do sistema TRAPPIST-1 é uma anã M. Também referidas como anãs vermelhas, elas são o menor tipo conhecido de estrelas capazes de queimar hidrogênio em seus núcleos. Elas variam entre 0,08 e 0,6 vezes o tamanho do Sol e são o tipo mais numeroso de estrela da Via Láctea.

Por essa razão, o sistema estelar TRAPPIST-1 é um importante banco de testes que poderia ajudar os astrônomos a entender melhor onde existem as melhores condições para a vida alienígena.