Um levantamento realizado pelo NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro revela que as fake news sobre as vacinas contra a Covid-19 tem se espalhado pelas redes sociais e grupos de WhatsApp e Telegram.

O estudo mostra que a desinformação sobre o tema teve um aumento significativo a partir do dia 27 de fevereiro, quando a campanha de vacinação começou no Brasil. Muitos grupos de WhatsApp estão espalhando textos e links com informações enganosas sobre supostos efeitos colaterais das vacinas, além de culpá-las por mortes de crianças e artistas sem evidências concretas.

Entre as principais narrativas de desinformação, destacam-se supostos efeitos colaterais causados pela
vacinação e a defesa da imunidade natural. Há indícios de coordenação entre conteúdos de extrema-direita que combinam negação da ciência e teorias conspiratórias.

Trecho do relatório do NetLab da UFRJ intitulado “A volta da desinformação sobre vacinas”

Uma mensagem com vídeo que viralizou no início de março afirmava que o imunizante é parte de um “plano de extermínio da população mundial” e que o imunizante teria altas quantidades de grafeno, causando embolia pulmonar, trombose e infarto nos vacinados.

No Instagram, a principal narrativa enganosa associava erroneamente a bivalente a efeitos colaterais graves. No TikTok, vídeos críticos ao governo Lula no dia 27 foram difundidos, inclusive com teorias conspiratórias sugerindo que ele não teria tomado a vacina de fato.

Políticos e influenciadores da extrema-direita continuam sendo os principais impulsionadores da desinformação sobre as vacinas, segundo o relatório. O estudo identificou que 38% dos tweets antivacina no Twitter eram feitos por bots, com o objetivo de manipular o algoritmo e disseminar informações falsas sobre a vacinação.

Além disso, grupos e canais no Telegram estão divulgando serviços de falsificação de comprovantes de vacina e espalhando informações enganosas sobre a eficácia e segurança das vacinas.

Segundo o relatório do NetLab, “as publicações demonstram um retorno de antigas narrativas antivacina e a adesão a essas pautas, especialmente como reação à nova fase de imunização.

Em relação ao volume de conteúdo no tempo, Whatsapp, Telegram e sites de desinformação se destacam por manter o debate com força ao longo de todo o período analisado.

Trecho do relatório do NetLab da UFRJ intitulado “A volta da desinformação sobre vacinas”

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