A IA foi longe demais? Artistas indignados com a Inteligência Artificial Generativa (IAG) travam batalha judicial e na internet em defesa dos direitos autorais nos Estados Unidos: a tecnologia copia em segundos técnicas e estilos artísticos que eles levaram anos para desenvolver.
A polêmica da IAG
Sem intervenção humana, a IAG cria novas peças de arte a partir de imagens de trabalhos já existentes, coletados na internet. Assim, ela consegue imitar técnicas e estilos próprios de artistas.
Leia mais:
Além disso, as novas obras são feitas sem consentimento dos autores e sem dar crédito ou compensação. Os três Cs são o lema da luta contra a apropriação.
Reação dos artistas
Em janeiro, a desenhista Sarah Andersen e a ilustradora Karla Ortiz apresentaram, em corte federal estadunidense, ação coletiva contra as empresas responsáveis pela DreamUp, Midjourney e Stable Diffusion, ferramentas de IAG que criam essas artes.
Para a Agence France-Presse, Andersen afirma ter se sentido “intimamente injustiçada” quando viu desenho imitando o estilo de sua HQ, “Fangs”. Sua indignação viralizou pelo Twitter e outros artistas se manifestaram, relatando casos semelhantes aos dela.
É fácil e barato, por isso que até mesmo as instituições não pensam duas vezes [em usar imagens geradas por IAG], apesar de não ser ético.
Sarah Andersen, desenhista
O que os artistas querem
Ação judicial
Na ação e nas redes sociais, os artistas contaram histórias de como a IAG já os fez perder oportunidades de trabalho.
Reação das empresas
Segundo o advogado e desenvolver Matthew Butterick, é provável que as empresas aleguem “fair use” (uso razoável), tipo de cláusula que abre exceções aos direitos autorais.
A palavra mágica utilizada no sistema judicial dos Estados Unidos é ‘transformador’. Este é novo uso do trabalho protegido por direitos autorais ou substitui o original no mercado?
Matthew Butterick, advogado e desenvolvedor
Já uma equipe da Universidade de Chicago apresentou, na semana passada, o software Glaze, que acrescenta camada extra de dados às imagens. Ela é invisível ao olho humano, mas serve como isca para a IAG, segundo o estudante de doutorado no comando do projeto, Shawn Shan.
Porém, a responsabilidade de adotar técnicas para burlar as ferramentas recairia nos artistas, o que causaria efeito de “gato e rato” incessante.
Com informações de Agence France-Presse e Uol
Imagem: Midjourney por Nick Ellis/Olhar Digital
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!
Fonte: Olhar Digital
Comentários