Há alguns dias, já vem sendo possível notar a ausência de Júpiter na paisagem celeste noturna. Desde a última semana, por exemplo, o gigante gasoso só é visto durante alguns minutos após o pôr do Sol, já bem perto da linha do horizonte. 

Ele está se aproximando de um momento chamado pelos astrônomos de conjunção solar, a partir do qual vai “desaparecer” por completo do céu noturno, mergulhando no brilho solar por algumas semanas.

Há alguns dias, Júpiter já vem aparecendo muito baixo no céu noturno, de onde vai desaparecer totalmente durante algumas semanas a partir de 11 de abril. Imagem: Stellarium

Durante sua aproximação máxima com o Sol, Júpiter vai estar a pouco mais de um grau de distância do astro, o que vai acontecer no dia 11 de abril, uma terça-feira, às 18h55 (pelo horário de Brasília).

De acordo com Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, isso ocorre uma vez em cada ciclo sinodal do planeta, que é o período necessário para um corpo planetário chegar à mesma posição relativa ao Sol, quando observado a partir da Terra – que no caso de Júpiter é de 399 dias.

“Por volta de 25 de abril, ele vai reaparecer no céu noturno, mas no final da madrugada”, explica Zurita. “A partir daí, a cada noite, ele vai estar mais alto no céu, até sua próxima oposição, que será em 3 de novembro”.

Dois dias depois de sua aproximação máxima com o Sol, Júpiter passará pelo apogeu – seu ponto mais longe da Terra – atingindo uma distância de 5,96 Unidades Astronômicas (UA) do nosso planeta, ou seja, quase seis vezes a distância entre nós e o Sol, que é de aproximadamente 150 milhões de km. Isso significa que ele estará a cerca de 894 milhões de km daqui.