Uma poderosa erupção solar irrompeu da estrela na terça-feira (28), enviando uma explosão de raios-X e radiação ultravioleta para a Terra à velocidade da luz.

De acordo com o portal de meteorologia espacial Spaceweather.com, foi uma explosão de classe X, que é o tipo mais violento que existe. O episódio causou um apagão de rádio por cerca de uma hora no lado diurno do nosso planeta, em partes do sudeste da Ásia, Austrália e Nova Zelândia.

Isso aconteceu porque a radiação solar extrema ionizou partes da atmosfera terrestre superior, degradando as ondas de rádio de alta frequência que trafegam por lá. O surto ocorreu às 11h33, pelo horário de Brasília.

Essa erupção segue uma série de eventos poderosos no Sol, incluindo dois buracos coronais gigantes e uma sequência de tempestades que fizeram com que auroras aparecessem nos céus até o sul dos EUA, algo extremamente raro.

De acordo com um relatório emitido pelo Centro de Previsão do Tempo Espacial da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica norte-americana (NOAA), o Sol também produziu três erupções moderadas de classe M – um nível abaixo da classe X –  na quinta-feira (30).

Uma explosão de classe X no Sol emitindo uma rajada de radiação eletromagnética na terça-feira (28). Imagem: Observatório de Dinâmicas Solares da NASA

Uma previsão de tempo espacial do Escritório de Meteorologia do Reino Unidos (Met Office) também alertou que erupções mais moderadas são possíveis nos próximos dois dias, devido a um grande grupo ativo de manchas solares voltadas para a Terra. 

O que são manchas solares e o que elas provocam?

O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade solar, e está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25. Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas.

Essas erupções enviam partículas carregadas de radiação solar à incrível velocidade de 1,6 milhão de km/h, podendo atingir até mais nos casos de sinalizadores de maior classificação.

As erupções solares às vezes são acompanhadas por ejeções de massa coronal (CMEs), que são nuvens de plasma magnetizado que podem levar até três dias para chegar à Terra.

Dependendo da potência com que chegam por aqui, as CMEs desencadeiam tempestades geomagnéticas na atmosfera de maior e menor proporção. Essas tempestades geram belas exibições de auroras, mas também podem causar apagões de energia e até mesmo derrubar satélites da órbita.

Sete explosões solares de classe X só em 2023

A erupção de terça-feira foi a sétima explosão solar de classe X até agora este ano, sugerindo que a atividade solar em 2023 vai superar em muito a de 2022.

Isso porque esse número foi o registrado em todo o ano passado, o que significa que vem muito mais por aí.

Embora esse episódio recente tenha sido poderoso, ele foi o menos intenso dos flares de classe X, sendo classificado como um X1.2. Essa classe pode alcançar até o nível X28, o que seria devastador para as tecnologias na Terra.