A NASA, em breve, poderá nos informar quando uma das grandes explosões solares vai colocar nossos sistemas terrestres em desordem.

Hoje em dia, uma das medidas para sabermos se o Sol vai mandar grande tempestade é o vento solar, “fluxo implacável de material do Sol”. Normalmente esta corrente é absorvida ou dissipada pela nossa magnetosfera, mas se houver tempestade solar, ela pode ser intensa o suficiente para sobrecarregar as defesas locais.

Quando isso acontece, ele pode deixar a eletrônica em frangalhos, já que essas partículas carregadas podem inverter bits ou interromper a memória volátil, como RAMs e armazenamento em estado sólido.

A NASA relata que mesmo as estações de telégrafo não eram seguras, explodindo durante a maior tempestade solar já registrada, o Evento Carrington, de 1859.

Embora não possamos impedir que esses eventos estelares ocorram, poderíamos nos preparar melhor para eles se soubéssemos que eles estão chegando. Mas, geralmente, quando sabemos, eles basicamente já estão aqui. Porém, como podemos prever eventos tão raros e caóticos?

Visão do satélite SOHO, da NASA, sobrecarregado durante tempestade solar de 2003 (Imagem: NASA)

DAGGER é a solução?

Um projeto conjunto entre a NASA, o US Geological Survey e o Departamento de Energia do Frontier Development Lab está analisando esse problema, e a resposta é: aprendizado de máquina (machine learning).

A equipe coletou dados sobre erupções solares de vários satélites monitorando o sol, bem como de estações terrestres observando perturbações geomagnéticas, como aquelas que afetam a tecnologia.

O modelo de aprendizado profundo (deep learning) que eles projetaram identificou padrões em como o primeiro leva ao segundo, e eles chamam o sistema resultante de DAGGER: Deep LeArninGGeomagnetic PErtuRbation, ou Aprendizado Profundo de Perturbações Geomagnéticas, em português.

Usando tempestades geomagnéticas que atingiram a Terra em 2011 e 2015 como dados de teste, a equipe descobriu que o DAGGER era capaz de prever com rapidez e precisão seus efeitos em todo o mundo. Isso combina os pontos fortes das abordagens anteriores, evitando suas desvantagens. Como a NASA colocou:

Modelos de previsão anteriores usaram IA para produzir previsões geomagnéticas locais para locais específicos na Terra. Outros modelos que não usaram IA forneceram previsões globais que não foram muito oportunas. O DAGGER é o primeiro a combinar a análise rápida da IA com medições reais do espaço e da Terra para gerar previsões atualizadas com frequência, rápidas e precisas para sites em todo o mundo.

NASA

Com informações de TechCrunch

Imagem destacada: NASA