A União Europeia (UE) decidiu que todos os carros produzidos a partir de 2035 devem ser livres de emissões de gás carbônico (CO2). Mas, em uma campanha de última hora, a Alemanha e outros países pediram uma revisão do texto original para permitir a fabricação de veículos a combustão, desde que façam uso de combustíveis sintéticos.
Para quem tem pressa:
O Parlamento Europeu acatou a sugestão alemã e a nova lei também estabelece uma meta intermediária de reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa em pelo menos 55% até 2030.
A regulamentação impõe uma redução de 100% nas emissões de CO2 até a data limite (2035), proibindo efetivamente a compra de novos carros de passageiros e vans movidos a combustíveis fósseis, como diesel e gasolina, em todo o mercado único.
O acordo foi oficializado durante uma reunião de ministros de energia e transporte em Bruxelas na manhã de terça-feira, onde a regulamentação recebeu a aprovação final.
Os combustíveis sintéticos, também chamados de “e-fuels”, são semelhantes aos biocombustíveis, mas usam apenas água e dióxido de carbono extraído da atmosfera. A Alemanha argumentou que esses combustíveis poderiam ajudar a reduzir as emissões de CO2 dos veículos a combustão, enquanto os fabricantes de carros elétricos afirmam que os combustíveis sintéticos não têm um papel importante no futuro dos carros de passeio.
O chefe da European Green Deal, Frans Timmermans, escreveu no Twitter que a UE chegou a um acordo com a Alemanha sobre o uso futuro de e-fuels nos automóveis.
Chegamos a um acordo com a Alemanha sobre a futura utilização de e-fuels nos automóveis. Vamos trabalhar agora para conseguir com que as normas de CO2 para regulamentação de carros sejam adotadas o mais rápido possível.
Frans Timmermans, chefe da European Green Deal, no Twitter
A Comissão pretende transformar a isenção de combustíveis sintéticos em um ato delegado, que terá que ser aprovado pelos eurodeputados. Se os legisladores rejeitarem o ato, o executivo irá propor uma revisão completa da legislação, um movimento arriscado que pode abrir a porta para novas solicitações.
A isenção obrigará os fabricantes a desenvolver um dispositivo que distinga os combustíveis sintéticos dos combustíveis fósseis existentes quando os motoristas abastecerem seus tanques.
A Porsche é a fabricante que mais investe em combustível sintético. Em dezembro do ano passado, a companhia inaugurou uma planta no Chile para produção de e-fuel, com previsão de 130 mil litros por ano. A expectativa é de que 55 milhões de litros sejam produzidos por ano até meados desta década. Inicialmente, o combustível será usado em projetos como o Porsche Mobil 1 Supercup e nos Porsche Experience Centers.
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Fonte: Olhar Digital
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