O influenza H5N1, vírus causador da gripe aviária, voltou a ser destaque nas manchetes de todo o mundo nas últimas semanas. O vírus é altamente contagioso e preocupa a comunidade médica e científica. No pior dos casos, acredita-se que o influenza H5N1 pode causar a próxima pandemia.

Desde outubro de 2021, foram registrados mais de 42 milhões de casos de infecção por H5N1 em aves, e estima-se que mais de 15 milhões de aves domésticas tenham morrido. O surto atual de gripe aviária é o pior já registrado desde que o vírus foi identificado pela primeira vez em 1996.

Gripe aviária se espalha por aves e mamíferos em diversos países

O vírus está afetando aves e mamíferos em todo o mundo, inclusive em fazendas na Espanha, granjas nos EUA, leões-marinhos no Peru, entre outros. As condições do organismo de seres humanos são bem mais próximas a de outros mamíferos do que das aves, e esse patógeno está passando por transformações em seu material genético que podem facilitar a transmissão entre outras espécies.

Por exemplo, o Chile registrou em março seu primeiro caso de gripe aviária causada pelo vírus influenza A (H5N1) em humanos. O paciente é um homem de 53 anos, em estado grave, mas estável, de acordo com o Ministério da Saúde chileno.

Pessoas com equipamento de proteção carregando uma gaiola com aves mortas
Imagem: Shutterstock

Até o momento, não foi registrada nenhuma cadeia de transmissão direta desse influenza de uma pessoa para outra. Agências de saúde e pesquisadores do mundo inteiro aumentaram o nível de alerta sobre esse tipo de influenza e estão se preparando para lidar com eventual crise provocada pelo vírus influenza.

O remédio antiviral contra o H5N1 é eficaz, e as vacinas contra este influenza já estão em desenvolvimento. É importante notificar as autoridades ao ver aves mortas e não tocá-las. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação mantém a Rede Previr, que avalia a presença de patógenos em várias reservas naturais do país.

O Ministério da Agricultura e Pecuária realiza análises constantes nas granjas. O Brasil é um dos maiores exportadores de frango no mundo e se o H5N1 chegar ao país e afetar os produtores locais, isso representaria um grande problema à economia.

Ministério da Saúde se posiciona sobre risco

Diante do risco, o Olhar Digital buscou um posicionamento do Ministério da Saúde e nos foi enviado a seguinte nota pelo governo federal:

O Ministério da Saúde realiza a vigilância das síndromes gripais por diversos vírus de importância em saúde pública, incluindo o vírus influenza. Essa vigilância é realizada principalmente pela rede sentinela de síndrome gripal e pela vigilância da Síndrome Respiratória Aguda Grave, que tem como objetivo principal captar os casos e conhecer os vírus circulantes no país.

Até o momento, do que já observado, o vírus da influenza aviária A (H5N1) não infecta humanos com facilidade e, quando ocorre, geralmente a transmissão de pessoa a pessoa não é sustentada.
Na região das Américas, desde 2022, dois casos de influenza aviária em humanos foram notificados: um nos Estados Unidos e um no Equador. Ambos foram casos leves em que se identificou a transmissão da ave para os humanos.

No Brasil, até o momento, não há registrados de circulação de influenza aviária A H5N1 em animais ou em humanos.

A pasta orienta os profissionais de saúde para caso o serviço veterinário oficial identifique casos prováveis ou confirmados de influenza aviária em aves, que os serviços de vigilância e monitoramento sejam notificados imediatamente.

Nota do Ministério da Saúde enviada ao Olhar Digital

Com informações: BBC Brasil