O Carioca se prepara para receber, neste sábado, às 20h30, o quarto Fla-Flu seguido valendo título. O clássico vale mais que a taça. Vale afirmação para os dois técnicos e até artilharia do Brasil em 2023.
Apesar da transformação de Botafogo e Vasco em SAFs, com promessas de altos investimentos, o Campeonato Carioca manteve mais um ano de domínio de Flamengo e Fluminense. Em grande fase desde 2019, o Rubro-Negro segue sendo o clube de maior investimento e com o elenco mais estrelado do Brasil. Venceu em 2020 e 2021. Mas, desta vez, nem mesmo a opulência tem colocado o time como favorito para o título.
O motivo para a “inversão de favoritos” no Fla-Flu é simples: o histórico recente dos confrontos. O Flamengo pode ser, ao lado do Palmeiras, o grande clube do Brasil nos últimos anos. Mas quem tem dominado os clássicos cariocas é o Fluminense.
Em 2022, ainda com Abel Braga no comando, o Fluminense impediu o tricampeonato do Flamengo com um placar agregado de 3 a 1 nas finais. Vindo de forte crise financeira, o Tricolor dava sinais de que estava em bom caminho e acabou por se colocar entre as principais forças do Brasil ao longo do ano, já sob comando de Fernando Diniz.
Com maior investimento para 2023, o Fluminense encurtou a distância em relação ao elenco do arquirrival. Os dois já se encontraram em jogo “decisivo” nesse Carioca, pela Taça Guanabara. O Tricolor voltou a levar a melhor.
Ao todo, nos últimos 12 Fla-Flus, o Tricolor venceu em oito. O Flamengo superou o clube das Laranjeiras em apenas dois. Um desempenho que tem feito o Flu ser até apontado como favorito, embora os duelos venham sendo sempre equilibrados.
Fernando Diniz polariza opiniões. Principal cotado para a seleção brasileira entre os técnicos nacionais (a CBF prefere um estrangeiro e espera por Carlo Ancelotti), Diniz faz no Fluminense o seu trabalho mais prestigiado. Mas falta ao técnico títulos na elite para poder se colocar em outro patamar, e o Carioca é a chance de encerrar a seca.
Para Fernando Diniz, no entanto, perder a final do Carioca não trará maiores consequências para o seu trabalho nas Laranjeiras. O técnico conta com o apoio da diretoria e dos jogadores, e tem a simpatia dos torcedores, além da identificação com o clube. Do outro lado a história é diferente.
Vítor Pereira tem seu cargo em jogo no Carioca. O título em si teria pouco relevo para o atual campeão da Libertadores e da Copa do Brasil, com ambições maiores para a temporada. Mas o trabalho do técnico luso tem sido muito contestado pelo desempenho e, acima de tudo, pelos fracassos recentes em jogos decisivos – perdeu a Supercopa do Brasil, a Recopa Sul-Americana, o Mundial de Clubes e até a simbólica Taça Guanabara. Perder está fora de questão para o treinador.
A disputa no Fla-Flu pode ter ainda um efeito colateral: determinar quem será o artilheiro do Brasil antes do início do Brasileirão. Gabi, que tem disputado todas as artilharias com o Flamengo nos últimos anos, desta vez aparece como coadjuvante nessa disputa.
A artilharia do Brasil, neste momento, pertence a dois jogadores do Fluminense: Germán Cano e Lelê. O primeiro vai estar em campo se não for surpreendido por problemas físicos. Já o segundo disputou o Carioca pelo Volta Redonda e chegou apenas nessa semana nas Laranjeiras, ainda em busca de regularização para ficar à disposição na sequência, para a Copa Libertadores. Ambos tem 14 gols.
Pedro, no entanto, está na cola da dupla. E em fase exuberante pelo Flamengo. O centroavante, cria do rival, tem 13 gols em 2023 e foi destaque mesmo na campanha decepcionante no Mundial de Clubes. O goleador rubro-negro disputou 12 jogos na temporada e tem média de mais de um gol por partida, além de contar com a “lei do ex” a seu favor na final.
Fonte: Ogol
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