A caminhada foi turbulenta, mas o Bahia confirmou o favoritismo para se sagrar campeão baiano pela 50ª vez na história neste fim de semana. O percurso foi de superação para alguns e afirmação para outros, e a equipe oGol aproveitou a festa tricolor para destacar histórias de personagens do título.
A campanha esteve longe de convencer os torcedores. Apesar dos investimentos milionários do Grupo City, e da falta de rivais à altura, em especial por conta da má fase prolongada do Vitória, o Esquadrão acumulou decepções.
Separamos seis personagens do título e os dividimos em três categorias: os que deram a volta por cima ao longo do estadual, os que tiveram de superar a desconfiança inicial e os reforços que vingaram.
Poucos nomes neste início de trabalho com o investimento do Grupo City sofreram mais que Renato Paiva e Everaldo. O primeiro até foi bem recebido, mas logo se tornou alvo principal das arquibancadas por conta da falta de padrão de jogo nos primeiros meses de clube. O segundo teve de conviver com as expectativas da torcida pela contratação de Gilberto, e não soube dar a resposta em campo até recentemente.
O momento de maior pressão para a dupla certamente foi na sequência de goleadas sofridas, com derrotas praticamente em série para Fortaleza (3 a 0), Sport (6 a 0) e Itabuna (4 a 0). Em outros tempos pré-City, Paiva dificilmente teria sido mantido no cargo e a insistência em Everaldo, apesar do pouco retorno em gols foi das opções mais contestadas durante o período.
A dupla ainda está longe de ter conquistado a confiança dos torcedores, mas ao menos sobreviveu ao pior momento e pode dar continuidade ao trabalho em clima de paz com o título. Everaldo, em especial, pode comemorar a volta por cima com seis gols e uma assistência nos últimos cinco jogos, sendo dois gols e uma assistência nas duas finais contra o Jacuipense, com direito a artilharia do Baiano no final.
“Confirmamos o favoritismo, que era importante. Independente da facilidade ou não, um título é um título”, resumiu Paiva, ciente que ainda há muito a evoluir para a próxima etapa na elite nacional.
“Foi um começo de temporada difícil, não só para mim, mas para todos do nosso grupo. Agora é celebrar”, comemorou o artilheiro do Bahia.
Quando o Bahia acertou com Cauly, segundo nome proveniente do Ludogorets, da Bulgária (Cicinho foi o outro contratado junto ao clube), o torcedor recebeu o jogador com muita desconfiança. Cauly nunca tinha atuado no Brasil e, embora tenha jogado no futebol alemão, só disputou por uma vez a elite no país, passando a maior parte da carreira entra a terceira e a segunda divisão alemã. Mas o meia sequer teve de sofrer com críticas: conquistou praticamente de imediato o torcedor.
Cauly foi provavelmente a surpresa mais grata em 2023 do Esquadrão. Além das boas atuações, correspondeu também em números, com quatro gols e uma assistência em 10 jogos. Uma adaptação rápida ao time e com posto de titular assegurado para o início do Brasileirão.
Outro que teve de superar a desconfiança foi Vítor Jacaré. Contratado em 2022 para a Série B, o atacante divide opiniões no Bahia. Para muitos, embora tenha desempenhado bom papel na campanha do acesso, não haveria lugar para o jogador no novo projeto milionário do Grupo City. Com apenas 23 anos, Jacaré foi sempre consistente em campo e praticamente igualou os números do ano passado, com quatro gols e três assistências (foram seis gols e três assistências em 2022). Acabou como titular e na frente de concorrentes de quem se esperava mais, como o jovem Kayky.
“Estou sendo feliz. É gratificante ter vindo para cá na Série B, colocado o time na Série A, ter feito gol em clássico e agora ser campeão”, destacou Jacaré.
Biel tem apenas 22 anos, mas foi recebido como um reforço experiente depois de ter boas temporadas por Fluminense e Grêmio. O Bahia investiu aproximadamente R$10 milhões para contar com o atleta do Flu, e que logo assumiu a responsabilidade como protagonista do Esquadrão.
Com cinco gols e cinco assistências entre todas as competições, Biel foi o líder em participações em gols no Bahia em 2023. O ponta veloz chega ao Brasileirão como principal nome do setor ofensivo.
No setor defensivo, a aposta em Jhoanner Chavez provou-se acertada. O lateral esquerdo equatoriano, com apenas 20 anos, foi outro a se adaptar rápido ao time (e ao país) e vem sendo peça fundamental para a transição entre defesa e ataque no esquema de Renato Paiva. Foi de seus pés que saiu, inclusive, a assistência para o primeiro gol do 3 a 0 que valeu título ao Bahia.
Fonte: Ogol
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