Em 4 de abril de 1973, há exatos 50 anos, a União Soviética lançou uma pequena estação espacial chamada Salyut 2. Embora o país tenha anunciado ao mundo que se tratava de um laboratório de pesquisa científica civil (como foi o antecessor Salyut 1), na verdade a estrutura seria secretamente destinada a ser um complexo de reconhecimento militar tripulado.
No entanto, nenhuma tripulação chegou à Salyut 2 (nome usado para disfarçar os intuitos reais do projeto, que fazia parte do programa Almaz). Isso porque, menos de duas semanas após o lançamento, o sistema de controle de atitude da espaçonave parou de funcionar e começou a cair.
De acordo com o site Space.com, o controle da missão notou que a pressão dentro da estrutura havia caído sem motivo aparente. Mais tarde, descobriu-se que uma pequena explosão havia acontecido no sistema de propulsão da estação alguns dias antes.
A causa da falha foi uma perfuração provocada na carcaça quando a estação descartou o estágio superior do foguete Proton que a colocou em órbita. Esse estágio carregava cerca de uma tonelada de propelente não gasto a bordo, gerando uma explosão que criou uma nuvem de detritos nas proximidades da estação, que a atingiram a cerca de 300 metros por segundo. Com isso, a espaçonave danificada foi lentamente se despedaçando e despencando.
Em 11 de abril, a estação perdeu seus painéis solares e todo seu combustível, com alguns de seus pedaços queimando na reentrada na atmosfera terrestre em 28 de maio.
Salyut 2 tinha pouco mais de 14 metros de comprimento, diâmetro máximo de 4,15m e um volume habitável de 90 metros cúbicos.
Depois desse episódio, outras duas estações espaciais militares foram lançadas pelo projeto Almaz: Salyut 3 e Salyut 5, após as quais os militares soviéticos decidiram que os custos de manutenção das estações superavam seus benefícios, quando comparadas com satélites de monitoramento automáticos.
Fonte: Olhar Digital
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