Uma faixa brilhante de luz em tom de vermelho sangue apareceu no céu sobre algumas partes da Escandinávia na semana passada, depois que uma tempestade solar surpresa atingiu a Terra e desencadeou auroras impressionantes em todo o planeta. 

Trata-se de um fenômeno chamado SAR (sigla em inglês para “arcos vermelhos aurorais estáveis”), que, apesar do nome, não é uma aurora – e, sim, algo muito mais raro.

O arco apareceu como um rio nebuloso de luz vermelha que se estendia por todo o caminho através do céu noturno, sendo visível mais proeminentemente sobre a Dinamarca

Segundo o portal de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, a luz é emitida por moléculas de oxigênio na atmosfera superior que se tornaram superaquecidas pelo sistema de corrente de anel da Terra, um enorme “laço” de corrente elétrica que circunda nosso planeta.

Conforme dito acima, esse SAR coincidiu com a tempestade geomagnética mais poderosa a atingir a Terra nos últimos seis anos, que foi desencadeada por uma surpreendente ejeção de massa coronal – uma bolha gigantesca de plasma e campo magnético liberado a altíssimas velocidades do Sol – que foi cuspida de um enorme buraco na coroa solar com tamanho equivalente a mais de 20 Terras.

Durante as auroras, partículas altamente energéticas de tempestades solares e vento solar atingem o campo magnético da Terra (magnetosfera) e excitam moléculas de gás na atmosfera superior. Isso cria luzes rodopiantes e multicoloridas que fluem pelo céu. As várias tonalidades das luzes vêm de diferentes átomos, que emitem cores específicas quando excitadas.

No caso dos SARs, a energia do sistema de corrente em anel, que envolve a magnetosfera, aquece o gás na atmosfera superior e o faz brilhar como uma aurora. Por razões desconhecidas, apenas o oxigênio é aquecido durante um SAR, o que significa que esses fenômenos sempre emitem exatamente o mesmo tom de vermelho.

Embora ocorram com certa frequência, os SARs são normalmente invisíveis para os seres humanos por serem muito fracos, e nossos olhos são mal sintonizados com o comprimento de onda da luz vermelha emitida por eles. 

Faixas bem pronunciadas, como observado na Dinamarca, só se tornam visíveis quando fortes tempestades solares enfraquecem a magnetosfera, o que permite que mais calor do sistema de corrente do anel entre na atmosfera superior.