Confrontos e vandalismos tomam conta das manifestações contra reforma da previdência na França

manifestação em Paris

Protestos acontecem oito dias antes de uma decisão crucial do Conselho Constitucional que poderia desbloquear um conflito social

Os franceses voltaram a manifestar contra a reforma da previdência nesta quinta-feira, 6, oito dias antes de uma decisão crucial do Conselho Constitucional que poderia desbloquear um conflito social. As autoridades esperam entre 600 mil e 800 mil manifestantes nas ruas nesta. A França vive, de acordo com o cientista político Dominique Andolfatto, um “momento intermediário antes da decisão do Conselho Constitucional”. O 11º dia de protestos contra a mudança adotada pelo presidente Emmanuel Macron no final de março, foi marcado por confrontos entre manifestantes e policiais, bloqueio de escolas e universidades, cancelamento de viagens de trens. Os manifestantes também colocaram fogo no sofisticado restaurante parisiense “La Rotante”, onde Macron comemorou a vitória nas eleições de 2022. Desde 7 de março, quando os sindicatos mobilizaram 1,28 milhão de pessoas, segundo a polícia, e 3,5 milhões, de acordo com o sindicato CGT, as manifestações perderam intensidade. Em 28 de março, 740 mil e 2 milhões de pessoas saíram às ruas. “A única solução é a retirada da reforma”, afirmou no início da manifestação em Paris a nova líder do sindicato CGT, Sophie Binet, para quem, diante da “profunda revolta”, o governo “atua como se nada estivesse acontecendo” e “vive em uma realidade paralela”.

Uma reunião na quarta-feira, 5, entre a primeira-ministra, Élisabeth Borne, e os líderes sindicais serviu apenas para constatar que os dois lados mantêm suas posições inflexíveis e aguardam a decisão do Conselho Constitucional, marcada para 14 de abril. O governo se nega a desistir a reforma, que aumenta idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030 e antecipa para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos, e não mais 42, para o direito a uma pensão integral. As medidas são rejeitadas por dois terços dos franceses, de acordo com as pesquisas. O governo afirma que elevar uma das menores idades de aposentadoria da Europa permitirá evitar um futuro déficit no fundo previdenciário, mas os críticos afirmam que a reforma pune as mulheres com filhos e as pessoas que começaram a trabalhar muito jovens. A decisão sobre a validade ou não da reforma marcará a evolução de um conflito social arraigado e que beneficia, segundo analistas e as pesquisas, a líder de extrema-direita Marine Le Pen. O líder do sindicato moderado CFDT, Laurent Berger, culpou Emmanuel Macron pela situação e fez um alerta ao presidente sobre a “crise democrática” e o “risco de ascensão da extrema-direita”.

 

🔴 ALERTE – La #Rotonde brûle après un jet de fumigène. Tensions à #Paris. #6avril #manif6avril #greve6avril pic.twitter.com/NciNVXcjS2

— Clément Lanot (@ClementLanot) April 6, 2023

Très impressionnante marée humaine à #Rennes, où l’arrogance et l’entêtement stupide de #Macron n’ont démobilisé personne…🔥#64ansCestNON #France#greve6avril #manif6avril
🎥@MensueldeRennespic.twitter.com/P1zuKxsztG

— 🌿🐝 Реми φ🍒🐢 (@Callystor) April 6, 2023

 

Devant la Rotonde, le restaurant préfèré de Macron ! #paris #manif6avril pic.twitter.com/yDqvzFkoRm

— Cerveaux non disponibles (@CerveauxNon) April 6, 2023

Fonte: Jovem Pan News

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