A Páscoa de 2023 tem um cenário um pouco diferente que o habitual. Além dos altos preços dos ovos de Páscoa – ultrapassando os R$ 70 -, há menos funcionários nas fábricas e pontos de venda.
Nesse cenário, a venda de produtos relacionados à data será realizada de maneira mais online.
Para este ano, a indústria abriu 7,9 mil postos de trabalho temporários – queda de 7% em relação a 2022, quando havia 8,5 mil vagas disponíveis. O presidente da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas), Ubiracy Fonseca, afirmou que, apesar do valor inferior, a entidade não espera queda na produção e nem nas vendas.
A Abicab indicou que a estratégia deste ano, das vendas online, foi algo percebido pelas empresas já em 2021, durante o ponto alto da pandemia. Por conta disso, houve a diminuição dos postos de venda.
Isso reflete um comportamento do mercado. Os aplicativos de vendas online foram muito utilizados pelas indústrias. A grande maioria das vendas ainda é presencial, mas o consumidor mais jovem entra no site das marcas, compara os preços e faz suas compras.
Ubiracy Fonseca, presidente da Abicab
Fabricantes confiam em crescimento
As fabricantes de chocolates creem em crescimento de até 15% nas vendas em relação a 2022. Para atrair e fidelizar clientes, eles estão focando nas vendas online e investindo em novos sabores e formatos para seus produtos, chegando ao recorde de 163 novidades.
Um exemplo de investimento no e-commerce é a Lacta, marca da Mondelez. Houve crescimento de quatro vezes em seus gastos com o setor. Em 2019, suas vendas pela internet quase não existiam, e foram de 6,8% do total de seu faturamento em 2022. Espera-se que, neste ano, a representação seja entre 16% e 20%.
Pela primeira vez, a marca fará entregas nacionais, com 48h de prazo para capitais e cinco dias úteis para o resto do País. “O consumidor está cada vez mais omnichannel e nós vamos onde ele está, por isso investimos para essa ampliação do digital, neste ano”, disse ao jornal Valor o vice-presidente de marketing da Mondelez Brasil, Álvaro Garcia.
Além disso, levantamento pedido pelo Estadão à NielsenIQ Ebit indica que a venda online de ovos na primeira quinzena de março obteve 38% de crescimento no faturamento e 28% em pedidos, quando comparado a 2022.
“O que apressou o online foi a pandemia, mas agora não é mais. É o comportamento do consumidor”, complementou Garcia. Assim como com muitos outros produtos, ele afirmou que os consumidores verificam os preços na loja física e o compram online, ou vice-versa.
Por sua vez, a Nestlé crê em avanço de 20% nas vendas de Páscoa em relação a 2022, bem como crescimento em seus negócios online via canais digitais de parceiros.
“De tudo que venderemos nesta Páscoa, perto de 7% a 8% virão do digital”, indicou Daniel Roque, vice-presidente da Cacau Show, que espera aumento de 50% nas vendas online. “Será a maior taxa de crescimento desde 2020.”
Com informações de Valor e Terra
Imagem destacada: LanaElcova/Shutterstock
Fonte: Olhar Digital
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