O primeiro trimestre de 2023 não compila números animadores para o desmatamento no Brasil. De acordo com dados do Deter, sistema de rastreamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a destruição no cerrado foi a mais alta já registrada e na Amazônia, a segunda mais crítica.

Por que é importante? Até os dados deste ano, o número mais alto registrado pelo cerrado em um trimestre foi em 2022, com 1.288 km² de desmatamento. No ano passado, a Amazônia também teve seu dado mais crítico, com 941 km² de estrago.

Desmatamento no cerrado e na Amazônia

Em resposta à Folha de S.Paulo, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, explicou que o desmatamento cresceu muito nos últimos anos e que muitas ferramentas de controle, como as multas, não têm mais um efeito tão grande. Mas, segundo ele, existe a expectativa de mudanças positivas nos próximos anos.

A gente está com cinturão de desmatamento da ordem de milhares de quilômetros. São milhares de quilômetros de pessoas com trator de esteira derrubando floresta

Rodrigo Agostinho para a Folha

“O segundo ponto é que algumas das algumas das ferramentas que o Ibama utilizava e vem utilizando, como por exemplo, as multas passaram por um processo de descrédito”, afirma”, completou o presidente do Ibama.

“Nós acreditamos que estamos no caminho certo. Mas todas essas ações de fato ainda são insuficientes. Enquanto isso tudo não ganhar escala, ainda é insuficiente”, finaliza.

O que diz o governo? Também em resposta ao jornal, o Ministério do Meio Ambiente informou que houve um aumento de 219% nas multas ambientais aplicadas na Amazônia nos primeiros meses do novo governo. A pasta disse ainda que essas medidas devem começar a ter um efeito mais forte ao longo do tempo.