O NYPD (sigla em inglês para Departamento de Polícia de Nova York) vai usar mais robôs para combater o crime. É o que disse o prefeito Eric Adams, na terça-feira (11). Departamento comprou dois “Digidogs” (cães-robô da Boston Dynamics) e “emprestou” um robô K5, da Knightscope – espécie de R2-D2 de um metro e meio de altura.

Ideia é usar novos cães-robô para investigar locais com chance de ter materiais perigosos, abordar suspeitos entrincheirados e disparar rastreadores em veículos suspeitos. Já o K5 vai ajudar policiais na vigilância da estação de metrô na Times Square, segundo o chefe de departamento do NYPD, Jeffrey Maddrey. Para oposição, iniciativa “transforma ficção científica ruim em policiamento terrível”.

Novos robôs da polícia

Cão-robô em coletiva de imprensa da polícia de Nova York
Robôs novos custaram mais de US$ 800 mil para a polícia de Nova York (Imagem: Divulgação/Prefeitura de Nova York)

Os “Digidogs” são robôs de quatro patas, controlados remotamente, capazes de subir escadas. Geralmente, profissionais usam esses cães-robô para inspecionar infraestrutura ou instalações de fabricação, de acordo com materiais de divulgação da fabricante Boston Dynamics. Caninos robóticos custaram US$ 750 mil (R$ 3,7 milhões, na cotação atual).

Já o robô cônico K5 se move de forma autônoma e vem com câmera de vídeo, microfones, alto-falantes e detectores térmicos, segundo a fabricante Knightscope. Ele vai fornecer “consciência situacional em tempo real e inteligência acionável”, explicou Maddrey. E o comissário da polícia de Nova York, Keechant Sewell, acrescentou que não usará tecnologia de reconhecimento facial. Essa brincadeira vai sair por pouco mais de US$ 12 mil (quase R$ 60 mil).

Histórico e reação

Cão-robô em coletiva de imprensa da polícia de Nova York
Para prefeito Eric Adams, a polícia usar robôs no século 21 é igual usar impressão digital no século 20 (Imagem: Chris Moore/Media Punch/IPX)

O NYPD experimentou usar cães robóticos em 2021. Mas os abandonou, por conta da reação de legisladores progressistas e grupos voltados às liberdades civis. Eles se preocupavam com a militarização excessiva da polícia. Na terça, a oposição reiterou essas preocupações.

Para o prefeito Eric Adams – ex-capitão do NYPD eleito em 2021 cuja campanha se baseou na redução do crime na cidade – críticas vinham de uma “minoria barulhenta”. Ele disse que a polícia usar robôs no século 21 era semelhante à adoção da tecnologia de impressão digital no século passado.

Já o grupo Surveillance Technology Oversight Project classificou dispositivos como “RoboCops falsificados” e disse que a cidade deveria usar seus recursos em materiais comprovadamente eficientes. Para diretor executivo do grupo, Albert Fox Cahn, NYPD usar cães-robô e o K5 é “transformar ficção científica ruim em policiamento terrível”.

Com informações do Wall Street Journal