Na manhã desta quinta-feira (13), o Olhar Digital noticiou que a primeira foto de um buraco negro obtida em toda a história das observações espaciais ganhou mais nitidez com a aplicação de uma nova técnica de aprendizado de máquina.

A imagem do buraco negro M87* foi captada pelo Event Horizon Telescope (EHT) ao longo de vários dias em 2017, sendo publicada dois anos depois, no que representou um momento histórico para a astronomia.

Essencialmente, o EHT é uma grande rede global de sete radiotelescópios que combina os dados de várias estações de interferometria de linha de base distribuídas por toda a Terra, criando um telescópio do tamanho do planeta. 

As imagens capturadas pelo EHT dos buracos negros M87* e Sagitário A*. Créditos: Event Horizon Telescope

Graças a essa rede colaborativa, foi possível visualizar não apenas o M87*, que fica no coração da galáxia Messier 87 (ou  NGC 4486), no aglomerado de Virgem, a quase 55 milhões de anos-luz da Terra, como também o buraco negro supermassivo Sagitário A*, que habita o centro da nossa própria galáxia, a Via Láctea.

M87* é um monstro cósmico ativo que consome material do disco de gás e poeira espacial que o circunda. Mas nem todo o material é “engolido”: parte dele é guiada por linhas magnéticas e viaja até os polos, de onde é disparada para o espaço na forma de jatos de plasma ionizado, viajando a 99% da velocidade da luz.

Esse buraco negro é três milhões de vezes maior que a Terra e tem uma massa de 6,5 ​​bilhões de vezes a do Sol. Quanto maior a massa, mais forte é o campo gravitacional de um buraco negro.

Propriedades e estrutura de um buraco negro

De acordo com o site Brasil Escola, a estrutura de um buraco negro é composta por três elementos principais: a singularidade, o horizonte de eventos e os discos de acreção. 

Singularidade

Corresponde à principal parte de um buraco negro, localizada no centro. Trata-se de um único ponto que abriga uma enorme massa derivada do colapso gravitacional dos corpos que originaram o buraco negro e também dos objetos por ele atraídos. Essas características fazem com que a singularidade apresente uma densidade extremamente alta, descrita como infinita.

Horizonte de eventos

Conhecido como o ponto de não retorno de um buraco negro, consiste em uma região que circunda o seu núcleo. Corresponde ao limite a partir do qual toda matéria e energia são atraídas para o interior dos buracos negros. Para que isso não aconteça, os objetos precisam estar a uma determinada distância do horizonte de eventos, movendo-se a uma velocidade igual ou superior à velocidade de escape.

Discos de acreção

São formados por poeira e gases superaquecidos que emitem radiação eletromagnética e se movem a uma velocidade acelerada no entorno dos buracos negros. A parte dessa estrutura situada fora do horizonte de eventos é visível, o que torna possível a identificação dos buracos negros.