Neste sábado (15), a 27ª missão de serviços comerciais de reabastecimento da SpaceX para a NASA (CRS-27) retorna da Estação Espacial Internacional (ISS) trazendo diversas amostras científicas para análise.
A cobertura ao vivo da saída de cápsula de carga Dragon da estação começa às 11h45 (horário de Brasília), pela NASA TV, no site, no canal oficial da agência no YouTube e no app.
Entre os estudos que a missão traz de volta à Terra estão experimentos envolvendo cultivo de plantas, segurança contra incêndios e alterações nos músculos e artérias dos tripulantes do laboratório orbital, que serão encaminhadas para o Centro Espacial Kennedy, onde os cientistas vão conduzir análises adicionais antes que os efeitos da gravidade entrem em ação.
Alguns dos experimentos a serem examinados pela NASA
Cultivo de tomates cereja no espaço:
O experimento Veg-05 cultivou tomates cereja nas instalações da estação para entender os efeitos da qualidade da luz e do fertilizante na produção de frutas, segurança microbiana e valor nutricional.
Segundo a agência, a capacidade de cultivar plantas no espaço para obter alimentos frescos e melhorar a experiência de vida dos membros da tripulação é fundamental para futuras missões de longa duração.
Na Terra, o hardware, uma estufa em miniatura, poderia ser adaptado tanto para fornecer produtos frescos para aqueles sem acesso a um quintal quanto na terapia hortícola para idosos ou pessoas com deficiência.
A tripulação realizou três colheitas aos 90, 97 e 104 dias, congelando os tomates junto com amostras de água e cotonetes das telas de crescimento.
Segurança contra incêndios:
O hardware Ignição e Extinção de Combustível Sólido – Crescimento e Limite de Extinção (SoFIE-GEL, na sigla em inglês) estuda a queima em microgravidade, incluindo como a temperatura do combustível afeta a inflamabilidade do material.
Segundo a NASA, a investigação poderia melhorar a segurança dos membros da tripulação em missões futuras, aumentando a compreensão do comportamento inicial do crescimento do fogo, validando modelos de inflamabilidade e ajudando a determinar técnicas ideais de supressão de incêndio.
“Estudar chamas no espaço sem as complicações da flutuabilidade também ajuda a melhorar os modelos computacionais de combustão para aplicações terrestres”, diz a agência em um comunicado.
Testando o tônus e elasticidade dos músculos dos astronautas:
Myotones, uma investigação da Agência Espacial Europeia (ESA), observa as propriedades dos músculos, como tônus e elasticidade, durante voos espaciais de longo prazo. Os resultados podem levar ao desenvolvimento de estratégias para proteger a função muscular dos astronautas em futuras missões espaciais e para reabilitar pessoas que experimentam perda de função muscular na Terra.
Alterações nas propriedades musculares são refletidas por mudanças nos biomarcadores transmitidos pelo sangue, e os cientistas planejam examinar esses biomarcadores em amostras de sangue coletadas durante o voo e após o retorno à Terra.
Enrijecimento arterial:
De acordo com a NASA, os astronautas podem experimentar enrijecimento arterial acelerado e paredes arteriais mais espessas após seis meses no espaço, e uma sessão diária de exercício aeróbico por si só pode não ser suficiente para neutralizar esses efeitos.
A Vascular Aging, uma investigação da Agência Espacial Canadense (CSA), monitora essas mudanças usando ultrassonografias de artérias, amostras de sangue, testes de tolerância à glicose e sensores vestíveis.
Os resultados podem ajudar a identificar e avaliar o risco para a saúde cardiovascular dos astronautas e apontar procedimentos para reduzir esse risco. Para a população idosa na Terra, a compreensão dos mecanismos por trás da rigidez arterial poderia fornecer informações para orientar a prevenção e o tratamento.
Fonte: Olhar Digital
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