Paleontólogos descobriram no estado de Wyoming, nos Estados Unidos, dois esqueletos de uma espécie de morcego inédita, ao que tudo indica, são os mais antigos já encontrados.
Quando vi o primeiro esqueleto pela primeira vez, imediatamente pensei que era diferente. Como eles são encontrados mais abaixo na estratigrafia [camadas de sedimentos] em comparação com outros morcegos fósseis, eles representam os esqueletos mais antigo
Tim Rietbergen, principal autor do estudo, em resposta a Live Science
Os fósseis já descobertos apontam que os morcegos surgiram pela primeira vez no Eoceno, período entre 56 a 36 milhões de anos atrás, sendo até então os mais antigos que já haviam sido encontrados eram os da espécie Icaronycteris index, que datam de cerca de 50 milhões de anos atrás, e a Onychonycteris finneyi ambas encontradas na Formação Green River, a mesma da nova descoberta, que data de 52 milhões de anos atrás.
Ancestrais e parentes
A descoberta descrita em artigo publicado na revista PLOS One fez com que os cientistas tivessem que refazer a classificação dos primeiros morcegos para que ela fosse inserida na árvore genealógica.
Para definir a nova árvore, os pesquisadores fizeram comparações entre os fósseis da nova espécie com esqueletos preservados de outras seis espécies do Período Eoceno, duas outras extintas e morcegos modernos. A análise revelou uma espécie inédita, do mesmo gênero I. index e que foi batizada de Icaronycteris gunnelli, em homenagem ao biólogo Greg Gunnell, que em vida estudava esse mamíferos voadores.
Os fósseis sugerem que essa nova espécie de morcego pesava entre 22,5 a 28,9 gramas, a mesma do o Icaronycteris index, e eram um pouco menores que seus parentes. Os pesquisadores indicaram que a diferença entre o peso e tamanho das duas espécies pode estar relacionada à deformação dos ossos durante a fossilização.
Esta espécie recém-descrita é considerada um dos mais antigos esqueletos de morcegos articulados conhecidos, fornecendo uma nova visão sobre a filogenia de nossos primeiros fósseis de morcegos. No entanto, ainda existem questões filogenéticas que só podem ser resolvidas com a recuperação de fósseis de morcegos mais bem definidos e completos
Emma Teeling, zoóloga não envolvida na descoberta
Com base nas análises, Rietbergen também aponta que talvez os morcegos da Formação Green River evoluíram independentemente das outras espécies do Eoceno e que é preciso compreender melhor a diversidade desses animais para “estudar as adaptações evolutivas e talvez encontrar pistas que nos aproximem da descoberta do ancestral dos morcegos”.
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Fonte: Olhar Digital
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