Ucrânia convida Lula para visitar Kiev e compreender a ‘agressão assassina’ da Rússia

Lula perto da porta de um carro preto, cercado por seguranças

Convite foi feito após declarações do presidente brasileiro dizendo que os ucranianos são tão culpados quantos os russos e que os EUA e a União Europeia estão incentivando a guerra que se aproximada do 14º mês

Em meio a aproximação do Brasil com a Rússia e a China e após as declarações polêmicas do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada, a Ucrânia convidou o mandatário brasileiro para visitar Kiev para que “compreenda” a realidade da agressão russa. Lula está sendo acusado de ser favorável à Moscou. Essa é a segunda vez em menos de dois meses que os ucranianos fazem o convite ao brasileiro. O primeiro tinha sido em fevereiro, quando a guerra completou um ano. Dias depois o convite, durante uma conversa por videoconferência entre os líderes em março, o convite foi reiterado e o petista manifestou disposição em atendê-lo em um momento adequado. Ele também chamou Volodymyr Zelensky para vir ao Brasil. Na semana passada, durante visita à China, Lula disse que os norte-americanos estão encorajando a guerra na Ucrânia ao fornecer armas para o exército. “A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra. Porque a decisão da guerra foi tomada por dois países. Também temos que ter em conta que é preciso conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia. Nós precisamos convencer as pessoas de que a paz é a melhor forma de estabelecer qualquer processo de conversação”, acrescentando que é “preciso que os EUA parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz, para a gente poder convencer Putin e Zelensky que a paz interessa a todo mundo e que a guerra por enquanto só está interessando aos dois”.

Na segunda-feira, 18, Lula recebeu o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para promover uma mediação internacional na guerra da Ucrânia. No domingo ele afirmou que o Ocidente estava contribuindo para a continuidade do conflito. O governo dos Estados Unidos acusou o Brasil de estar “papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto”, enquanto Lula afirma que deseja promover uma iniciativa de paz. O porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, criticou no Facebook o presidente brasileiro por colocar “a vítima e o agressor no mesmo nível” e por atacar os aliados da Ucrânia que a ajudam a “proteger-se de uma agressão assassina”. Nikolenko pediu a Lula que “compreenda as reais causas e a essência” da guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022. A Rússia, sob sanções dos países ocidentais, iniciou uma ofensiva diplomática para convencer as potências emergentes de que está apenas se defendendo contra a hegemonia dos Estados Unidos, uma mensagem que será repetida durante a semana pelo chanceler russo em vários países da América Latina.

*Com informações da AFP

Fonte: Jovem Pan News

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