O Centro de Ciências Espaciais da NYU Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, divulgou no final do mês passado um novo “mapa-múndi” de Marte, que segundo os pesquisadores é o mais nítido e bonito já produzido.
A imagem foi feita a partir de cerca de 3000 fotos tiradas pelo orbitador Hope da Agência Espacial dos Emirados Árabes (UAE Space Agency) e fornece detalhes da superfície do planeta, como dunas de areia, ravinas e protuberâncias no relevo.
Todas essas cores são naturais em Marte
Dimitra Atri, cientista do Ciências Espaciais da NYU Abu Dhabi, resposta ao New York Times
Orbitador Hope
A espaçonave chegou ao planeta em fevereiro de 2021 e tem como principal objetivo estudar o clima de Marte, como as tempestades de poeira, e a perda de gases atmosféricos para o espaço.
Os três sensores da Hope fornecem observações em infravermelho, ultravioleta e luz visível e quando a primeira imagem foi feita, os pesquisadores ficaram impressionados e logo pensaram que o orbitador poderia ser útil para produzir um mapa completo do planeta.
Pensamos, ok, deveríamos ter um atlas, porque talvez possamos fotografar Marte por um período de vários anos. Portanto, devemos primeiro ter um atlas onde não apenas mapeamos todo o planeta, mas mostramos como ele muda ao longo do ano marciano.
Dimitra Atri
Mapas de Marte
Outros mapas do planeta já haviam sido produzidos por outras espaçonaves, mas nenhum com a distância ideal para produzir uma boa representação de Marte. Orbitadores como Mars Global Surveyor da NASA, e o Mars Reconnaissance Orbiter, estão muito perto do planeta para fornecer uma imagem de disco completa e outros como o Hubble, longe demais para fornecer cliques nítidos.
Para formar o mapa, os pesquisadores tiveram que fazer um complexo e demorado processo. Foi preciso encontrar entre as imagens feitas pela Hope, aquelas que possuíam uma iluminação semelhante e reunir partes que não estavam cobertas por nuvens.
Para executar e tornar mais fácil o trabalho também foi desenvolvido um algoritmo que segundo os pesquisadores pode ser usado para produzir mapas a partir de imagens de espaçonaves e orbitadores que estão em outros objetos, como a missão recém lançada Juice, que vai visitar Júpiter e três de suas luas.
Fonte: Olhar Digital
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