Certos jogadores parecem ter nascido para os grandes jogos. Rodrygo já provou ser um deles. Importante coadjuvante do Real Madrid nas últimas temporadas, o atacante sofre uma verdadeira metamorfose quando joga pela Liga dos Campeões. Como um “Rayo”, o jovem de 22 anos é protagonista na Champions e coleciona números capazes de ofuscar companheiros, ídolos e lendas do torneio.
Não há prova mais cabal da transformação de Rodrygo como os números na atual temporada. Autor de cinco gols em 26 jogos na Liga Espanhola, a maior parte deles contra adversários inferiores tecnicamente ao Real, o brasileiro soma os mesmos cinco gols em apenas 10 jogos disputados na Liga dos Campeões, com quase um terço do tempo em campo.
Nesta terça-feira, o Real entrou em campo contra o Chelsea com a sensação de eliminatória resolvida, após a vitória por 2 a 0 na ida. Mas o jogo em Londres foi mais perigoso do que se imaginava. Coube a Rodrygo aliviar a pressão com dois gols.
Ao todo, Rodrygo conta agora com 15 gols na Liga dos Campeões, em quatro participações, com apenas 19 jogos como titular. O Menino da Vila ultrapassou de uma só vez Ronaldo, o Fenômeno, e Adriano Imperador. Isso com apenas 22 anos.
Benzema é o grande nome do Real Madrid pós-Cristiano Ronaldo. O francês tem sido sempre decisivo para o clube, tantos nas competições domésticas como internacionais. Vinícius Júnior, cada vez mais maduro, aos poucos assume o mesmo protagonismo. Rodrygo está em outro estágio no clube, embora já seja importante. Mas, quando o assunto é Liga dos Campeões, o ex-Santos é quem precisa de menos tempo em campo para fazer a diferença.
Além dos 15 gols, Rodrygo soma oito assistências na Liga dos Campeões. O atacante registra 1817 minutos em campo pelo torneio, com uma participação direta em gol a cada 79 minutos.
Benzema, muito mais experiente e com números brutos impressionantes, tem 90 gols e 27 assistências. Mas a média é de uma contribuição para gol a cada 93 minutos.
Vini Júnior tem menos gols que Rodrygo, com 14, e tem se destacado nas assistências, com 15. A média é de uma participação a cada 105 minutos.
O “Senhor Champions”, Cristiano Ronaldo, é o maior artilheiro do torneio, com 140 gols. A média por minuto, no entanto, é inferior à de Rodrygo – 87 para cada participação em gol (41 assistências).
Messi é quem chega mais próximo da média de Rodrygo. O vice-artilheiro da Liga dos Campeões, com 129 gols e 39 assistências, participa de um gol a cada 81 minutos em campo.
Os números são importantes e ajudam a contar histórias. Mas existem momentos que eternizam os jogadores e que não podem ser descritos nas estatísticas. Se a carreira de Rodrygo encerrasse hoje, o atacante já poderia contar para as futuras gerações ter sido protagonista de um dos momentos mais épicos da Liga dos Campeões.
Em 2021/22, em confronto duro com o Manchester City de Pep Guardiola nas semifinais, o Real Madrid perdeu a primeira partida por 4 a 3, na Inglaterra. No Santiago Bernabéu, os Citizens praticamente “fecharam o caixão” com gol de Mahrez aos 28 da segunda etapa. A reação merengue parecia impossível nesta altura.
Rodrygo havia entrado em campo pouco antes do gol de Mahrez, em uma tentativa de Carlo Ancelotti de aumentar a presença ofensiva. Mas foi apenas nos acréscimos que o Rayo caiu sobre os comandados de Pep Guardiola. Duas vezes. A virada levou o jogo para a prorrogação e um gol de Benzema eliminou o City e abriu caminho para mais um título do Real.
Fonte: Ogol
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