Pesquisadores da Harvard Medical School no Brigham and Women’s Hospital analisaram diversos padrões de comunicação entre a população, com idade igual ou superior a 65 anos, durante a pandemia de Covid-19, utilizando dados do National Health Aging Trends Study (Estudo Nacional de Tendências de Saúde e Envelhecimento).

Durante o projeto, os envolvidos na pesquisa relataram que sentimentos como ansiedade e depressão se tornaram comuns nesse período, assim como o sentimento de solidão.

Embora seja possível que aqueles que estavam nervosos com a pandemia e experimentando sentimentos de depressão e ansiedade fossem mais propensos a usar ferramentas digitais, em oposição às interações presenciais, também é plausível que as tecnologias digitais usadas não fossem adequadas às necessidades dos idosos, o que poderia ter gerado as preocupações de saúde mental que observamos em nosso estudo entre os usuários de plataformas digitais.

Rebecca Robbins, autora do projeto e professora assistente de medicina na HMS

Quanto a justificativa de que os meios digitais são espécie de “válvula de escape” para pessoas com maior vulnerabilidade em períodos de questões severas de saúde pública (como nas pandemias), Robbins destaca que mais pesquisas serão necessárias para projetar tecnologias de comunicação que atendam às necessidades dos grupos nessa faixa etária.

“Os adultos mais velhos enfrentaram risco elevado de má saúde mental durante a pandemia de Covid-19. Infelizmente, as medidas de saúde pública necessárias para reduzir o risco da doença podem ter exacerbado o risco de solidão e preocupações com a saúde mental entre esses indivíduos”, disse Robbins.

“Dadas as descobertas do nosso estudo de aumento dos sentimentos de ansiedade e depressão entre os adultos mais velhos que usam tecnologias digitais, precisamos considerar maneiras de projetar tecnologias para atender às necessidades dos adultos mais velhos”, completou.

Com informações de MedicalXpress