Na noite desta quinta-feira (19), o governo de Kiev, capital da Ucrânia, anunciou pelo Telegram que um satélite da NASA teria caído na cidade. A declaração feita pelo chefe da administração militar da cidade, Serhiy Popko, veio depois de um lampejo que gerou especulações na internet.
Por volta das 22h [16h, no horário de Brasília] de 19 de abril, observou-se no céu de Kiev o lampejo brilhante de um objeto aéreo. Segundo a informação preliminar, o fenômeno foi resultado da queda de um satélite da NASA na Terra.
Serhiy Popko, chefe da administração militar de Kiev, em comunicado
No entanto, o momento que o clarão foi visto no céu da cidade não batia com as informações oficiais da agência espacial norte-americana. Segundo Popko, o lampejo foi observado às 16h (pelo horário de Brasília), quase seis horas antes do horário confirmado da queda (21h50).
De acordo com o Departamento de Defesa da Força Espacial dos EUA, a espaçonave desativada chamada Rhessi, de cerca de 300 kg, reentrou na atmosfera sobre a região do deserto do Saara, a aproximadamente 21,3 graus de latitude norte e 26 graus de longitude leste.
Essas coordenadas indicam que a queda se deu perto da fronteira do Sudão com o Egito, conforme observou o astrofísico e rastreador de satélites Jonathan McDowell no Twitter. Isso fica a mais de três mil quilômetros de distância de Kiev.
Boa parte do equipamento foi incinerada ao entrar na atmosfera. No entanto, era esperado que alguns pedaços resistissem ao processo, com pouco risco de atingir alguém ao chegar ao chão (mais especificamente, as chances foram calculadas em 1 em 2467).
Abreviação de Reuven Ramaty High Energy Solar Spectroscopic Imager, o satélite Rhessi foi fabricado pela Spectrum Astro, uma extinta corporação norte-americana privada, e lançado pela NASA em fevereiro de 2002, com a missão de estudar a física dos fenômenos que envolvem a aceleração de partículas e a liberação de energia no Sol.
Antes de ser desligado em 2018, por causa de problemas de comunicação, a espaçonave observou uma série de erupções solares, bem como ejeções de massa coronal, capturando imagens em raios-X de alta energia e raios gama de mais de 100 mil eventos solares, ao longo de mais de 15 anos.
Fonte: Olhar Digital
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