Por Gustavo Queiroz, diretor financeiro do MV BANK
A gestão financeira é essencial na sociedade, seja em âmbito pessoal, seja no profissional. Aprendemos sobre diversos assuntos no ensino médio e, muitos deles, nem usamos no dia a dia. Porém, finanças é um tema que as escolas deveriam ensinar — afinal, lá na frente, vai fazer muita falta.
Infelizmente, o Brasil está um pouco aquém nesse quesito: 17% dos empreendedores fecharam as empresas por falta de organização financeira, enquanto 59% mantiveram uma gestão até o sexto mês, segundo dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
O contexto da saúde
Na saúde não é diferente. Diversos hospitais não conseguem dar a devida assistência por falta de gestão na organização de recebíveis e nas compras de materiais ou suprimentos, por exemplo. Quando falamos em instituições de saúde de pequeno e médio porte, o desafio é ainda maior. Pesa muito a ausência de áreas específicas que olhem para isso e de produtos e serviços financeiros focados na resolução desses desafios.
De acordo com o Panorama Médico feito pela Research Center, cerca de 71% do salário do médico está comprometido com gastos fixos. Entre os principais destinos, estão:
Para se ter uma ideia, 40% dos hospitais têm problemas com fluxo de caixa e rentabilidade baixa desde a pandemia do Covid-19, segundo dados da ANAP (Associação Nacional de Apoio aos Segurados e Previdência). Pensando no custo hospitalar, quase 50% do total é destinado para a folha de pagamento. O prazo médio de recebimento dos hospitais pelas operadoras de planos de saúde aumentou em 7,5% com relação a 2022.
A solução passa pela tecnologia
Neste cenário, a solução tecnológica é a melhor forma para auxiliar na gestão financeira da saúde, contribuindo com o crescimento das instituições. Precisamos entender o ecossistema e o mercado da saúde nos mais diversos âmbitos, pois sempre vamos achar um espaço para trazer melhorias na área financeira.
As soluções digitais são um facilitador, pois ajudam no trabalho dos profissionais de saúde e geram um atendimento de qualidade. Uma boa gestão evita desperdício, contribui com o adiantamento de pagamentos, melhora a organização nos painéis de atendimento e o fluxo de caixa, entre inúmeros outros benefícios. Além da importância da implementação de soluções com sistemas integrados, temos que olhar para uma gestão de excelência e como ela pode colaborar com o crescimento de uma instituição.
Sabemos que a transformação digital no Brasil ainda é muito desafiadora, mas o setor da saúde está entrando no caminho da gestão financeira automatizada. E isso é um bom sinal. Temos, atualmente, um maior número de hospitais com gestão financeira digitalizada e os pacientes estão preferindo frequentar esses locais por causa da praticidade — especialmente na organização do atendimento e pagamento das consultas. Quem sabe não seja um estímulo às demais.
Produtos e serviços financeiros específicos para área da saúde, além do uso de ferramentas que conversem e conheçam todos os partícipes desse mercado, são essenciais para que acessemos um nível mais robusto de interação com os desafios crescentes da gestão em hospitais e clínicas. As tecnologias podem permitir ao gestor maior previsibilidade de caixa, interação facilitada com médicos, pacientes e fornecedores. Sem dúvida, esse processo é parte importantíssima no desenvolvimento da gestão e nos resultados financeiros do setor.
Fonte: Olhar Digital
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