Cinco meses após a onda de investimentos em inteligência artificial gerada pelo ChatGPT, a China começou a regulação de chatbots. Isso mostra a determinação do governo chinês em manter o controle regulatório rígido sobre a tecnologia que pode definir uma era.
Para quem tem pressa:
A Administração do Ciberespaço da China divulgou este mês as regras preliminares para a inteligência artificial generativa, sistemas de software como o ChatGPT, que podem formular textos e imagens em resposta a perguntas e comandos do usuário.
Segundo as regulamentações, as empresas devem obedecer às rígidas regras de censura do Partido Comunista Chinês, assim como os sites e aplicativos devem evitar publicar material que manche a imagem dos líderes chineses ou relembre a história proibida. O conteúdo dos sistemas de inteligência artificial deve refletir os “valores centrais socialistas” e evitar informações que minem o “poder estatal” ou a unidade nacional.
As empresas também devem garantir que seus chatbots criem palavras e imagens verdadeiras e respeitem a propriedade intelectual, além de registrar seus algoritmos com os reguladores.
As regras não são finais, e os reguladores podem continuar a modificá-las, mas os engenheiros de inteligência artificial já estão encontrando maneiras de incorporar as diretrizes aos seus produtos. Ao redor do mundo, os governos foram surpreendidos pelo poder dos chatbots com resultados de inteligência artificial que variam de alarmantes a benignos.
A inteligência artificial tem sido usada para passar em exames universitários e também para criar uma foto falsa do Papa Francisco com uma jaqueta estilosa.
Desenvolvido pela empresa americana OpenAI, que conta com um investimento de cerca de US$ 13 bilhões da Microsoft, o ChatGPT estimulou o Vale do Silício a aplicar a tecnologia em novas áreas, como videogames e publicidade. A firma de capital de risco Sequoia Capital estima que as empresas de inteligência artificial possam eventualmente produzir “trilhões de dólares” em valor econômico.
Na China, investidores e empreendedores estão se esforçando para acompanhar a onda. As ações das empresas chinesas de inteligência artificial subiram, e algumas das maiores empresas de tecnologia do país, incluindo a gigante de comércio eletrônico Alibaba, a SenseTime, que faz software de reconhecimento facial, e o mecanismo de busca Baidu, anunciaram novos projetos.
Pelo menos duas startups desenvolvendo alternativas chinesas à tecnologia da OpenAI arrecadaram milhões de dólares.
O ChatGPT não está disponível na China. No entanto, diante do crescente número de alternativas locais, a China rapidamente estabeleceu suas regras para a inteligência artificial, à frente de outros países que ainda estão considerando como regular os chatbots. As regras demonstram a abordagem da China em relação à regulação.
Os chatbots são treinados em grandes partes da internet, e os desenvolvedores lidam com as imprecisões e surpresas que eles às vezes geram. Em sua essência, as regras da China exigem um nível mais alto de responsabilidade e ética por parte dos desenvolvedores de chatbots, para garantir que os sistemas não violem a lei ou prejudiquem a sociedade.
Isso pode limitar a liberdade dos chatbots, mas também pode evitar problemas como o uso indevido de informações pessoais, a disseminação de notícias falsas ou a promoção de conteúdo inadequado.
As regulamentações da China também podem ter implicações globais para a indústria de inteligência artificial, já que muitas empresas de tecnologia operam internacionalmente. Os desenvolvedores de chatbots precisarão considerar cuidadosamente como suas tecnologias se enquadram nos padrões regulatórios da China e em outras jurisdições, para evitar conflitos legais e comerciais.
Além disso, a regulamentação de chatbots na China pode representar uma oportunidade para a indústria de inteligência artificial desenvolver soluções mais responsáveis e confiáveis, que possam ser adotadas em todo o mundo.
Com informações do The New York Times.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Fonte: Olhar Digital
Comentários