Um esqueleto de tiranossauro foi leiloado por 5,5 milhões de francos suíços, cerca de R$ 30 milhões, na última terça-feira (18). O exemplar recebe o nome de Trinity, é composto por ossos de três T-Rex diferentes e foi o terceiro leilão de um tiranossauro de qualidade excepcional no mundo e o primeiro a acontecer na Europa. 

Trinity foi vendida pela casa de leilões Koller, em Zurique, capital da Suíça, que esperava que ela fosse leiloada por um valor maior. Estimava-se que ela fosse arrematada por 5 a 8 milhões de francos suíços. O último lance foi de 4,8 milhões e as despesas foram adicionadas no valor final, de acordo com a AFP.

A Trinity foi leiloada por 5,5 milhões de francos suíços (Credito: Divulgação/ Koller Auktionen AG)

Na mesma região onde os fósseis da Trinity foram encontrados, outros dois importantes tiranossauros também foram descobertos, o de Stan, vendido em 2020 por 31,8 milhões de dólares, 178 milhões de reais na época e atualmente o detentor do recorde de maior venda, e Sue, vendida em 1977 por 8,4 milhões de dólares, 9,2 milhões de reais.

Exposição e comprados

Até que acontecesse o leilão, Trinity ficou exposta por duas semanas e meia na sala de concertos de Zurique, onde recebeu cerca de 35 mil visitantes, entre elas muitas crianças.

As primeiras informações apontaram que o esqueleto havia sido vendido para um colecionador privado e um existia um certo temor de que ele não fosse mais exibido publicamente. Mas de acordo com nota publicada na sexta-feira, 21, o esqueleto foi comprado pela Fundação Phoebus, que o exibirá ao público em seu projeto do centro cultural Boerentoren em Antuérpia, na Bélgica.

Críticas dos especialistas

De acordo com o paleontólogo de vertebrados, Thomas Holtz, o esqueleto está muito mais para uma peça de arte do que um espécime importante, por combinar ossos de diferentes dinossauros, mesmo que a casa de leilões não esconda a origem deles. 

Ele também critica o comércio de Trinity e outros fósseis que arrecadaram milhões de dólares nos últimos anos. Além disso, outros especialistas também pontuam que esse tipo de venda pode ser prejudicial à ciência, pois coloca os espécimes em mãos privadas e longe de pesquisadores.