Gângsters feministas, estilo brasileiro. Trabalho surpreendente de sobrevivência e resiliência. Esses são alguns elogios que você vai encontrar ao pesquisar por resenhas do filme/documentário “Mato Seco em Chamas”. Já nos cabeçalhos dos artigos, você verá nomes como The New York Times e The Guardian.
O longa – dirigido por Adirley Queirós (Era Uma Vez Brasília) e Joana Pimenta, lançado em 2023 – mistura documentário com narrativa (e elementos) de ficção. Esse caldo ganhou não só prêmios – Athens Avant-Garde e Doku Fest, por exemplo – como a crítica estrangeira.
Novo filme brasileiro “underground”
Recém-saída da prisão, Léa (Léa Alves Silva) volta para casa na favela Sol Nascente, em Brasília, e se junta a sua meia-irmã Chitara (Joana Darc Furtado). Acontece que Chitara é líder de uma gangue só de mulheres que rouba petróleo de encanamentos subterrâneos, o refina e vende gasolina para uma rede clandestina de motociclistas.
Vivendo em constante oposição ao governo ferozmente autoritário e militarizado de Jair Bolsonaro, as mulheres de Chitara reivindicam as ruas para si como uma declaração de resistência política radical em nome de ex-presidiários e oprimidos.
Longa se propõe a retratar “momento distópico contemporâneo do Brasil”, como descreveu a Grasshopper Film, distribuidora de produções independentes. Ainda segundo a empresa, produção reúne cineastas para “oferecer uma visão única do possível futuro do país”.
Crítica
Para começar, “Mato Seco em Chamas” entrou na lista – bem seleta, diga-se de passagem – de “Escolhas da Crítica do The New York Times”.
Na resenha publicada no jornal, a crítica de cinema Beatrice Loayza descreveu a produção brasileira como: “um filme feminista de gângsters do Brasil que cospe petróleo na cara do establishment político do país”. E acrescentou que o filme tem “poder incendiário” inigualável (por produções hollywoodianas, pelo menos).
Pimenta e Queirós inventam um mundo em que mulheres brasileiras que estão na base da pirâmide social resolvem o problema por conta própria. E fazem isso sem um pingo de medo ou autopiedade, num estilo matador. [No longa] não são apenas tipos de artistas e atores famosos que representam essas possibilidades, mas as próprias pessoas mais empoderadas por se imaginarem de outra forma.
Beatrice Loayza, crítica de cinema, em resenha para o The New York Times
“Mato Seco em Chamas” está em exibição nos cinemas.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Fonte: Olhar Digital
Comentários