O Google teve um “momento Kodak” em 2022 na corrida de IA (inteligência artificial), o que deu à rival Microsoft vantagem com a tecnologia. É o que disse Cyrus Mewawalla, chefe de inteligência temática da GlobalData, em entrevista à CNBC nesta quarta-feira (26).
Para ele, IA é o “grande tema de 2023”. E “a Microsoft roubou a liderança do Google” com seu investimento na OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, segundo o chefe de inteligência. “Atualmente, é a Microsoft que está ganhando essa corrida”, acrescentou.
Google na corrida
O ChatGPT é um chatbot com IA, treinado com grandes quantidades de dados para fornecer respostas às consultas do usuário. A Microsoft anunciou planos para integrar o ChatGPT em alguns produtos de computação em nuvem, à medida que procura infundir IA em seus negócios.
Já o Google, da Alphabet, investe em IA há anos. Tanto que a empresa adquiriu a startup britânica de IA Deepmind em 2014 para turbinar seus esforços com a tecnologia. Na semana passada, a Alphabet fundiu sua equipe de pesquisa do Google, Brain e DeepMind, numa tentativa de aproximar braços e concentrar seus esforços de IA.
Mewawalla disse que isso deveria ter sido feito “há muito tempo” e que o Google, mesmo tendo “ótima IA”, ficou para trás da Microsoft em 2022.
De certa forma, em 2022, ele [Google] teve um momento Kodak. Ela tinha o produto líder, mas o manteve de lado por medo de canibalizar seu negócio principal. Agora, seu negócio principal está sob grande ameaça.
Cyrus Mewawalla, chefe de inteligência temática da GlobalData, em entrevista à CNBC
O mecanismo de busca do Google é o principal negócio da gigante da tecnologia. A Microsoft também vem integrando a tecnologia OpenAI em seu produto de busca Bing.
‘Momento Kodak’
Especialista usou expressão para descrever incapacidade de prever tendências. Faz referência à empresa de câmeras Eastman Kodak Company, que, apesar de ser uma das principais do nicho, ficou para trás na transição para a era digital.
Em resposta à Microsoft, o Google lançou seu próprio chatbot, chamado Bard, em 2023, e começou a testá-lo com usuários. Sundar Pichai, CEO da Alphabet, disse numa teleconferência de resultados, na terça-feira (25), que a empresa trará a tecnologia de IA por trás da Bard para seu mecanismo de busca no futuro.
Analistas disseram que, embora o Google tenha tecnologia forte de IA, não a introduziu em produtos com rapidez suficiente, como a Microsoft fez.
O problema do Google é que eles têm as mentes mais brilhantes em IA, têm as estrelas do rock, têm um terço dos cem artigos mais citados em IA, mas são uma empresa liderada por engenharia e não produziram o que criaram.
Richard Kramer, analista sênior da Arete Research, em entrevista à CNBC
Porém…
Alguns analistas veem o investimento da Alphabet em IA ao longo dos anos como uma vantagem no futuro.
O JPMorgan disse, em nota publicada nesta quarta, que a Alphabet está “bem posicionada em IA por meio de anos de investimentos em suas linhas de negócios” e está acelerando esforços para comercializar tecnologia por trás dos chatbots de IA, conhecidos como grandes modelos de linguagem.
Executivos falaram sobre proezas e investimentos da empresa em IA durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre da Alphabet, na terça. Ruth Porat, CFO da Alphabet, disse que a empresa aumentará suas despesas de capital em 2023, sendo a IA um “componente-chave” disso.
Pichai disse que a Alphabet está infundindo sua tecnologia de IA em muitos produtos diferentes. “Primeiro, a incrível oportunidade de IA para consumidores, nossos parceiros e para nossos negócios. Eu comparei com a transição bem-sucedida que fizemos da computação de desktop para a computação móvel há mais de uma década. Nossos investimentos e inovações em IA na última década nos posicionaram bem”, acrescentou.
Com informações de CNBC
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Fonte: Olhar Digital
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