No intuito de fortalecer a capacidade de detectar, rastrear e desenvolver tecnologias para desviar asteroides e aumentar a preparação internacional para tais eventos, os EUA atualizaram o plano de defesa contra objetos perigosos próximos da Terra (NEOs).

O Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia do país publicou recentemente um documento de 38 páginas estabelecendo seis metas para as agências federais destinadas à proteção do planeta. 

De acordo com o relatório, milhões de pequenos objetos que circundam o Sol passam de maneira extremamente preocupante perto do plano orbital da Terra. 

EUA atualizaram documento que prevê estratégias de defesa planetária contra ataque de asteroides. Imagem: Dima Zel – Shutterstock

Muitas dessas rochas acabam mergulhando na atmosfera terrestre, mas queimam antes de chegar ao solo. Como principal preocupação, estão os NEOs de 10 metros de largura ou mais, pois asteroides desse tamanho podem resultar em uma colisão bastante poderosa.

O relatório cita o Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, que estima que existam quase mil NEOs maiores com mais de um quilômetro de largura nas redondezas da Terra. Rochas espaciais com essa dimensão poderiam causar sérios danos se atingissem o planeta – e cerca de 5% deles permanecem indetectáveis.

Segundo o documento, quanto menor a classe de tamanho, maior sua abundância e mais chances de que esses asteroides não sejam vistos. Aproximadamente 25 mil NEOs potencialmente perigosos – maiores que 140 m – estão atualmente sendo rastreados, juntamente com cerca de 230 mil na classe de 50 metros. Menos de 8% deste último grupo estão atualmente monitorados. 

Além disso, existem milhões de objetos menores que poderiam “causar algum dano superficial” se sobrevivessem à entrada atmosférica, de acordo com o relatório.

Felizmente, conforme destaca o site Space.com, nenhum dos grandes NEOs já sob observação deve voar perto o suficiente do planeta para resultar em um impacto desastroso. No momento, a passagem mais próxima de uma rocha espacial perigosa para a Terra é esperada para 2029, quando o asteroide Apophis, de 335 m, voará dentro de 31,6 mil km da superfície terrestre.

O documento atualizado do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia incentiva as indústrias aeroespacial e de defesa a aproveitar a passagem do Apophis para colocar suas estratégias em prática. Segundo o relatório, o evento oferece “uma oportunidade fortuita para avançar ainda mais a defesa planetária da Terra através de demonstrações de tecnologia e colaboração internacional”.

Basicamente, o plano de ação atualizado lista seis ações principais: detecção aprimorada, rastreamento e caracterização mais precisos, avanços tecnológicos na deflexão de asteroides, cooperação internacional, procedimentos globais de emergência e esforços interagenciais focados em projetos de defesa planetária.