Um relatório da NASA descoberto em 2017 foi “ressuscitado” na internet no fim do ano passado, causando um verdadeiro alvoroço. Isso porque a agência, na época, estudava enviar uma tripulação totalmente feminina para Marte “para evitar sexo no espaço” – como se mulheres não pudessem fazer entre si.
O Olhar Digital repercutiu o assunto em uma matéria publicada em dezembro, que explica como essa história foi parar tantos anos depois nas redes sociais (gerando muitos memes, é claro).
Agora, um estudo publicado na revista científica Zenodo leva a questão para a esfera do turismo espacial, por meio do qual qualquer pessoa – cumprindo os requisitos pré-determinados – pode viajar para além da Terra, se puder desembolsar uma pequena fortuna para isso (saiba mais aqui).
O artigo explora os perigos potenciais do sexo no espaço, sugerindo que isso deva ser expressamente proibido à medida que as viagens espaciais a turismo se tornem mais frequentes, longas e acessíveis.
“Não é realista supor que todos os participantes do turismo espacial se abstenham de atividades sexuais enquanto expostos à microgravidade e ao aumento dos níveis de radiação ionizante durante o voo espacial”, diz o relatório. “Isso levanta a possibilidade de concepção humana descontrolada no espaço, o que representa um risco significativo para o emergente setor de turismo espacial”.
O principal problema, que eles dizem ter sido negligenciado pela indústria até agora, são as consequências para a concepção realizada fora da atmosfera protetora do nosso planeta.
“Nosso conhecimento dos efeitos desses ambientes espaciais no estágio inicial da reprodução humana e a consequência a longo prazo para a prole humana está em estágio muito prematuro”, escreve a equipe. “Os possíveis resultados prejudiciais incluem aqueles de natureza biológica – por exemplo, anormalidades de desenvolvimento na prole humana e aqueles de natureza social e comercial – por exemplo, litígios, danos à reputação e perdas financeiras”.
A equipe sugere que os problemas podem persistir após o voo, com efeitos da radiação no esperma potencialmente durando até três meses.
Em termos de mitigação, o estudo recomenda que os participantes sejam aconselhados quanto aos riscos antes dos voos e solicitados a assinar uma renúncia legal afirmando que “os participantes são os únicos responsáveis pelas consequências se engravidarem durante ou logo após o voo espacial”.
Ok, e o sexo sem intuito de procriação, usando, por exemplo, camisinha? Os autores do estudo dizem que a contracepção deve ser usada, caso as pessoas decidam aproveitar a oportunidade, embora eles observem que uma “preocupação óbvia é a falta de estudos ou validação da eficácia das abordagens contraceptivas humanas dentro de um ambiente espacial”.
O fato é que, além dos riscos desconhecidos de uma gravidez, acredita-se que as condições espaciais não dispõem de gravidade suficiente para que seja possível efetuar um ato sexual.
Mesmo se fosse possível, em atos sexuais que envolvessem pênis, “a ejaculação no espaço aconteceria a uma velocidade de 18 km/h”, dizia o documento vazado da NASA em 2017, que destacava também o perigo de que o sêmen pudesse “flutuar”, colocando toda a tripulação em risco de gravidez ou de adquirir infecções.
Fonte: Olhar Digital
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